Manifestação marca a luta dos osasquenses contra o aumento do IPTU

Na tarde de ontem, 12 de fevereiro, centenas de moradores das zonas norte e sul de Osasco se concentraram em frente a Câmara Municipal para lutar contra o aumento abusivo do IPTU. Os moradores, todos com os carnês do imposto na mão, portavam faixas e cartazes manifestando sua indignação contra o aumento escandaloso do tributo, que para a maioria é praticamente impagável.

Os munícipes foram até a Câmara buscar a adesão dos vereadores à luta pela redução do imposto e receberam total apoio da bancada do Partido dos Trabalhadores, liderada pelo vereador Marcos Martins.

Ao lado dos vereadores, os manifestantes seguiram em caminhada até a prefeitura de Osasco, onde esperavam ser recebidos pelo prefeito para resolver a situação.

Durante o ato, os organizadores divulgaram por meio de um carro de som os vários casos de moradores que tiveram aumentos completamente absurdos. Entre eles havia casos em que o munícipe pagou R$ 132,00 de IPTU em 2003 e este ano recebeu o carnê com o valor de R$ 1352,00. Os representantes do prefeito continuam sustentando que o IPTU não teve aumento, apenas correção monetária, e que os carnês aumentaram devido à atualização da área construída. Por outro lado, os moradores, muitos deles nem sequer fizeram ampliação na área construída, sustentam que o imposto aumentou, principalmente a taxa de limpeza, que em alguns casos, triplicou.

Em frente à prefeitura, os manifestantes, de forma pacífica e ordeira, nomearam uma comissão que os representasse e solicitaram uma reunião com o prefeito, mas foram recebidos somente pelos secretários de Governo e da Fazenda.

Ao lado dos vereadores do PT, a comissão expôs o caso e pediu uma solução coletiva para o problema, que atinge toda a zona norte e parte da zona sul. Estavam ali representados moradores do Munhoz, Helena Maria, Mutinga, Parque Imperial, Vila Menk, Jardim Platina, Vila Clarice, Jardim Conceição, Jardim Roberto entre outros.

Durante mais de duas horas de reunião, os secretários, sem poder de decisão, apenas informaram que a prefeitura vai rever caso a caso, de acordo com as reclamações registradas. “Infelizmente, essa solução é impraticável e só serve para enrolar a população. Isso não atende às necessidades dos moradores, pois, somente hoje aqui há mais de 500”, lembrou Marcos Martins.

Marcos Martins ainda pediu uma prorrogação dos prazos de vencimentos e argumentou que a prefeitura deveria ceder, pois, sem redução, os moradores ficariam inadimplentes já que ninguém ali tinha condições para pagar um imposto tão alto, mas os secretários foram irredutíveis. Alegaram que seria necessário fazer alterações na planta de valores e que isso levaria tempo e que, portanto, era impossível.

Na saída, em meio à multidão que se espremia na marquise da prefeitura para se abrigar da chuva (já que a prefeitura não permitiu a entrada dos munícipes no saguão), uma mulher da comissão desmaiou e um morador, ofendido por um dos secretários, foi até uma delegacia registrar um boletim de ocorrência.

O movimento continua

O líder do PT na Câmara avalia que o movimento foi bastante positivo. “A mobilização foi muito boa. Os munícipes têm muita disposição de luta e isso será importante daqui para frente”, avaliou Marcos Martins. Mesmo sem obter sucesso nessa primeira reunião, Marcos Martins avisa que o movimento pela redução do IPTU continua. “Esse foi apenas o primeiro passo de uma grande caminhada. Já estamos nos articulando para continuar, pois esse imposto é impagável. Os munícipes estão dispostos a pagar, mas não têm condições de arcar com um tributo tão alto. Por isso, continuaremos nossa luta por justiça na tributação”, concluiu Marcos Martins.