Atitude, é o que o jovem precisa

O desenvolvimento de políticas públicas para a juventude cada vez se faz mais necessário. No Brasil, os jovens são 45% da população. Eles precisam despertar para serem a chave do crescimento e estabilidade do país. O grande problema é que a juventude é também a maior vítima da exclusão e necessita de mais investimentos públicos dos governos. No Brasil, 5,3% dos jovens são analfabetos e 12,2% vivem em situação de extrema pobreza. E o pior: segundo a Organização Mundial de Saúde, 15% dos brasileiros infectadas por HIV são adolescentes.

Dos jovens em situação de extrema pobreza, 67% não concluíram o ensino fundamental e 30,2% não trabalham e não estudam. Os jovens afrodescendentes são os mais excluídos, já que 73% dos analfabetos são negros e 71% dos extremamente pobres que não trabalham e não estudam são afrodescendentes.

A desigualdade social está entre as maiores causas da violência entre jovens no Brasil. A educação é fundamental para melhorar a distribuição de renda. De acordo com o Índice de Desenvolvimento Juvenil que a Unesco lançou em março deste ano, em média, um jovem com 15 anos de estudo tem renda cinco vezes maior do que outro que só fez a 1.ª série.

Se considerarmos o número de óbitos, a juventude brasileira parece estar imersa na guerra da violência. Os índices de morte de jovens entre 15 e 24 anos são compatíveis com os das guerras de grande escala. Nessa faixa etária, a violência é a principal causa de morte, ao menos nos grandes centros.

Segundo a pesquisa “Perfil da Juventude Brasileira”, do Instituto Cidadania em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), 32% dos jovens já trabalharam e hoje estão desocupados, e 8% nunca trabalharam e procuram emprego. Ou seja, 40% dos jovens estão desempregados. E, dos 36% que estão trabalhando, 64% estão na informalidade.

Milhões de crianças e jovens têm seu futuro hipotecado, suas esperanças e sonhos interditados pela brutalidade da pobreza e pela falta de oportunidades. É necessário lutarmos contra estes números no âmbito municipal, investindo mais na juventude. A verdadeira batalha pelo futuro deve ser travada em torno da construção de alternativas, oportunidades, escolaridade, capacitação e inclusão social dos jovens.