Artigo – Sabesp: acionistas lucram às custas dos cidadãos

Crédito: Assessoria/MM

Sabesp: acionistas lucram às custas dos cidadãos
Após o anúncio do “fim da crise hídrica”, proferido pelo governador Geraldo Alckmin e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no início de abril, as notícias relacionadas com a gestão da água se mostraram contraditórias. O reajuste nas tarifas dos serviços de água e esgoto (8,44% a partir de 12 de maio); a redução dos investimentos por parte da companhia; o aumento no número de vazamentos; o fim do bônus por economia e da multa pelo aumento do consumo foram incompatíveis com o discurso perfeito do governador.
Autorizado pela agência que regula o setor de saneamento e de energia no estado (Arsesp), no dia 18 de abril, o reajuste para os 357 municípios atendidos pela Sabesp visaria, em tese, corrigir a inflação anual medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No entanto, tal correção passa a valer justamente quando a Sabesp optou por encerrar as medidas de contingenciamento da chamada “crise hídrica” adotadas em 2014, mesmo havendo ainda um cenário de estiagem.
Após o Sistema Cantareira entrar no chamado “volume morto” e operar abaixo dos limites considerados seguros pela Agência Nacional das Águas (ANA) por 19 meses, entre 2014 e 2015, o governador Geraldo Alckmin foi curiosamente indicado por um deputado federal de seu partido para o Prêmio Lúcio Costa de Gestão Hídrica. A indicação forjada para o referido prêmio, não foi suficiente para silenciar as críticas da população, cada vez mais fortes e numerosas, indicando o descontentamento com a baixa qualidade ou inexistência dos serviços prestados ao cidadão.
Com ações na Bolsa de Valores desde 1994, a Sabesp pretende cortar novamente os investimentos nos serviços de água e esgoto em detrimento do retorno para seus acionistas. Mesmo registrando queda em comparação com anos anteriores, o lucro líquido da companhia ficou na casa dos R$530 milhões, em 2015. No início deste ano, parte significativa da receita da Sabesp foi oriunda das multas sobre o contribuinte paulista – cerca de R$50,8 milhões só em fevereiro. Ou seja, mesmo sendo superavitária, a Sabesp deve ter os seus investimentos reduzidos em 48,3% até o final de 2016. Soma-se a isso o fato de que a companhia é uma das empresas públicas com maior índice de reclamações na Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON-SP).
Sem investimentos na rede que abastece suas casas, a população paulista convive diariamente com vazamentos e desperdício de água; falta de tratamento e destinação adequada do esgoto, além de falta d´água ou racionamento por todo estado. Números da própria Sabesp apontam aumento nos vazamentos e problemas com as tubulações (muitas dessas feitas de amianto – produto cancerígeno – com o tempo de vida útil vencido). A direção da empresa justifica os vazamentos dizendo que os problemas são decorrentes da variação da pressão, mas o fato revoltante é que muitos bairros passam dias sem receber água. Resumindo, a população pagará mais caro por um serviço ruim, os investimentos estão sendo reduzidos e os acionistas da Sabesp continuam lucrando muito.
Marcos Martins, deputado estadual (PT)

Após o anúncio do “fim da crise hídrica”, proferido pelo governador Geraldo Alckmin e pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no início de abril, as notícias relacionadas com a gestão da água se mostraram contraditórias. O reajuste nas tarifas dos serviços de água e esgoto (8,44% a partir de 12 de maio); a redução dos investimentos por parte da companhia; o aumento no número de vazamentos; o fim do bônus por economia e da multa pelo aumento do consumo foram incompatíveis com o discurso perfeito do governador.

Autorizado pela agência que regula o setor de saneamento e de energia no estado (Arsesp), no dia 18 de abril, o reajuste para os 357 municípios atendidos pela Sabesp visaria, em tese, corrigir a inflação anual medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No entanto, tal correção passa a valer justamente quando a Sabesp optou por encerrar as medidas de contingenciamento da chamada “crise hídrica” adotadas em 2014, mesmo havendo ainda um cenário de estiagem.

Após o Sistema Cantareira entrar no chamado “volume morto” e operar abaixo dos limites considerados seguros pela Agência Nacional das Águas (ANA) por 19 meses, entre 2014 e 2015, o governador Geraldo Alckmin foi curiosamente indicado por um deputado federal de seu partido para o Prêmio Lúcio Costa de Gestão Hídrica. A indicação forjada para o referido prêmio, não foi suficiente para silenciar as críticas da população, cada vez mais fortes e numerosas, indicando o descontentamento com a baixa qualidade ou inexistência dos serviços prestados ao cidadão.

Com ações na Bolsa de Valores desde 1994, a Sabesp pretende cortar novamente os investimentos nos serviços de água e esgoto em detrimento do retorno para seus acionistas. Mesmo registrando queda em comparação com anos anteriores, o lucro líquido da companhia ficou na casa dos R$530 milhões, em 2015. No início deste ano, parte significativa da receita da Sabesp foi oriunda das multas sobre o contribuinte paulista – cerca de R$50,8 milhões só em fevereiro. Ou seja, mesmo sendo superavitária, a Sabesp deve ter os seus investimentos reduzidos em 48,3% até o final de 2016. Soma-se a isso o fato de que a companhia é uma das empresas públicas com maior índice de reclamações na Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON-SP).

Sem investimentos na rede que abastece suas casas, a população paulista convive diariamente com vazamentos e desperdício de água; falta de tratamento e destinação adequada do esgoto, além de falta d´água ou racionamento por todo estado. Números da própria Sabesp apontam aumento nos vazamentos e problemas com as tubulações (muitas dessas feitas de amianto – produto cancerígeno – com o tempo de vida útil vencido). A direção da empresa justifica os vazamentos dizendo que os problemas são decorrentes da variação da pressão, mas o fato revoltante é que muitos bairros passam dias sem receber água. Resumindo, a população pagará mais caro por um serviço ruim, os investimentos estão sendo reduzidos e os acionistas da Sabesp continuam lucrando muito.

Marcos Martins, deputado estadual (PT)