Marcos Martins questiona dados da secretaria de Saúde

O presidente da Comissão de Saúde e Promoção Social da Câmara Municipal de Osasco, vereador Marcos Martins, presidiu na quarta-feira, 27 de agosto, mais uma audiência pública para analisar a prestação de contas da Secretaria Municipal de Saúde. A audiência atende à exigência de uma lei federal (nº 8689/93) que determina que a cada 3 meses, todas as secretarias municipais de saúde do país têm que prestar contas às câmaras municipais sobre seus gastos para o devido acompanhamento dos vereadores.

A secretaria de saúde trocou recentemente de titular – agora é comandada por Fernando Moreira Filho – mas o problema do atraso no repasse das planilhas persiste. Nesta última, as planilhas de despesas e receitas só foram entregues aos vereadores dois dias antes da audiência, o que dificulta o acompanhamento e checagem dos números apresentados.

Além de Marcos Martins e do secretário de Saúde de Osasco, vários vereadores, munícipes e diretores de divisões da Secretaria de Saúde participaram da audiência. Na ocasião, o secretário de Saúde de Osasco apresentou a planilha de despesas referentes ao 2º trimestre deste ano. Após a apresentação dos números, o secretário respondeu as perguntas dos presentes.

Na ocasião, Moreira Filho informou que as unidades médicas de Osasco realizaram mais de 2 milhões de atendimentos nos últimos seis meses. Esta número equivale a aproximadamente 4 vezes a população de Osasco, o que significa que cada morador de Osasco foi atendido na rede pública pelos menos 4 vezes no último semestres. Moreira Filho culpou o desemprego pelo excesso de atendimentos e também aos moradores de cidades vizinhas. “A causa de tanta procura é o desemprego, pois o desempregado não tem recursos para ter um convênio, nem comprar remédios e então procura a rede pública”, explicou o secretário.

“Quando se tem um excesso de atendimentos, não significa que há eficiência, e sim que muita gente está ficando doente. Significa que é preciso investir mais em saúde preventiva para se ter menos necessidade de medicina curativa”, afirmou o vereador.

Marcos Martins vai insistir com a Secretaria de Saúde que pelo menos regularize os prazos para o envio da próxima prestação de contas. Um calendário fixo e uma dinâmica diferente na prestação de contas ajudarão no acompanhamento por parte dos munícipes. “É importante que a população participe dessas audiências para que fique a par do que está sendo feito pela saúde na cidade”, ressaltou o vereador.

Na mesma

Em relação à situação da saúde em Osasco, Marcos Martins vai pedir informações mais específicas em relação aos gastos com os funcionários. “A rede de saúde está com os quadros defasados. Faltam especialistas, faltam clínicos, no entanto, as planilhas apresentam um acréscimo de mais de 20% dos gastos com o pessoal. Os funcionários não receberam aumento. Então, de onde vem este aumento de despesa?”, questiona Marcos Martins.

Além disso, Marcos Martins solicitará informações sobre a compra de um mamógrafo para o município. A verba para a compra já está disponível desde dezembro, no entanto o equipamento ainda não está em operação. “Precisamos saber a quantas anda a licitação para a compra do mamógrafo e porque ele ainda não está à disposição das munícipes”.

Sobre a falta de remédios, Marcos Martins salienta que o repasse de verba do Ministério da Saúde vem sendo feito regularmente. “Foram mais de R$ 7 milhões apenas no 2º trimestre”, afirma o vereador, “então a falta de remédios não se justifica”, diz.

O vereador, que é líder do PT na Câmara, reclama que a população nunca vê atendidas as suas reclamações sobre falta de medicamentos, falta de ambulâncias, demora no atendimento e na marcação de consultas entre outros problemas ocasionados pela falta de mais investimentos na saúde pública. “A saúde nunca vai ter índice zero de problemas. A saúde é cada vez mais onerosa”, justificou o secretário.

“Em todas as audiências públicas pedimos explicações sobre os problemas do atendimento médico em Osasco e sempre dizem que vão contratar mais médicos, que vão abrir novos postos, que vão diminuir o tempo de espera para consultas, que vão ter mais ambulâncias. Mas a verdade é que o tempo passa e tudo continua na mesma”, contesta o vereador.