Marcos Martins envia carta ao Fórum Social Mundial

O V Fórum Social Mundial, que teve início nesta quinta-feira, 27, em Porto Alegre (RS), terá como tema de uma de suas oficinas, o Banimento do Uso de Produtos Químicos Nocivos à Saúde Humana, em Especial o Amianto. Marcos Martins (PT), que sempre participa do FSM, enviou uma carta aos participantes, militantes e vítimas, salientando que continua a luta pelo banimento do mineral e pela eficaz fiscalização para garantir o cumprimento da lei de banimento.

O vereador não pôde estar presente ao evento, devido à recente mudança na administração pública de Osasco, que passou a ter, pela primeira vez, um prefeito petista. “Como líder de minha legenda na Câmara de Osasco, e um dos responsáveis por acompanhar esta difícil transição de governo, minhas tarefas se multiplicaram de tal forma que mal posso me afastar da cidade, devido aos desafios para resolver os inúmeros problemas herdados da antiga administração do município”, explicou.

Na carta, Marcos Martins lembra que Osasco carrega a sina de ser a capital brasileira do câncer por contaminação com amianto. “Osasco, que abrigou por cinco décadas a Eternit, a maior fábrica de cimento-amianto do país, carrega até os dias de hoje as seqüelas do extenso contato que teve com este mineral nocivo: são mais de 600 doentes e milhares de contaminados, que poderão vir a desenvolver doenças pulmonares como asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma”, destacou.

Ele citou a lei de banimento do amianto existente em Osasco, largamente defendida por ele. Marcos Martins apresentou por três vezes projeto de lei na Câmara Municipal, mas enfrentou lobby contrário e até veto do antigo prefeito. A lei só foi votada depois de o município ter sido sede, em 2000, do Congresso Mundial do Amianto, que contou com a participação de 32 países.

Mas devido à fiscalização ineficiente, que ocorre tanto em Osasco quanto em demais localidades protegidas pela lei, o vereador cobrou dos participantes do FSM, que insistam na luta, exigindo que, nos locais onda há lei, as autoridades realmente impeçam o manuseio e uso do amianto, principalmente a comercialização de produtos que utilizem o mineral como matéria-prima.

Marcos Martins lembrou que também é necessário que os companheiros de luta contra o amianto mantenham-se alertas quanto ao destino dos resíduos deste mineral, e ao atendimento justo às vítimas – lembrando que muitas delas ainda não foram diagnosticadas.

O vereador, vice presidente da Câmara Municipal, disse que outros elementos nocivos também devem ter o uso indiscriminado condenado, como a sílica, o mercúrio e o chumbo. Ele confraternizou-se com ao participantes do FSM e disse que Osasco, que foi a primeira cidade a abrigar uma sede da ABREA – Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, em 1995, terá, em breve, o primeiro Centro Especializado de Referência em Doenças do Amianto, resultado de um convênio com o Hospital Monte Sinai, de Nova Iorque.