Bancários rejeitam reajuste salarial e protestam com paralisação

Esta sexta-feira amanheceu sob o protesto dos bancários que rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 4% oferecida pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancários). O vereador Marcos Martins acompanhou a paralisação que durou cerca de duas horas em frente à matriz do Bradesco, na Cidade de Deus.

Apesar de ser uma manifestação pacífica, a diretoria do Bradesco conseguiu, nesta madrugada, o Interdito Proibitório, uma liminar judicial para impedir que os manifestantes fechassem as portas da instituição. Numa ação abusiva, a diretoria do banco acionou a Polícia Militar na tentativa de impedir a paralisação.

Embora os trabalhadores estivessem protestando de forma civilizada, apenas com o intuito de reivindicar seus direitos, a repressão foi violenta, com o uso de cassetetes e gás de pimenta. Neste contexto, o confronto foi inevitável e o episódio foi seguido de tumulto, inclusive com vítimas de ferimentos.

Alguns manifestantes e sindicalistas foram detidos. Em solidariedade, o vereador Marcos Martins fez questão de acompanhá-los na delegacia e ajudar no esclarecimento dos fatos. “A diretoria do Bradesco tem responsabilidade no desfecho deste protesto. Não havia necessidade de tanta violência”, observou o vereador.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região organizou assembléia com os trabalhadores durante a manifestação. Os bancários reivindicam 11,77% de reajuste salarial com igual correção para todas as demais cláusulas econômicas da Convenção Coletiva da categoria. Também exigem PLR de um salário, mais um valor fixo de R$ 788, acrescido de 5% do lucro líquido. O 14º salário é outra reivindicação. Por sua parte, além do reajuste de 4%, a Fenaban propõe uma participação nos lucros e resultados (PLR) de 80% dos salários, mais R$ 733 e abono de R$ 1 mil.

Os trabalhadores também rejeitam a proposta dos banqueiros de acabar um importante benefício conquistado pela categoria no ano passado: a 13ª cesta-alimentação.

O vereador Marcos Martins, que apóia os funcionários do Bradesco na luta por um aumento salarial mais justo, lembrou o resultado da greve do ano passado “Em 2004, somente após cerca de um mês de protestos e braços cruzados, os bancários conseguiram um reajuste de 8%”.

A luta dos bancários deve continuar. “Para o Bradesco ser um banco completo precisa tratar funcionários e clientes com mais dignidade”, advertiu Marcos Martins. Uma nova paralisação está prevista para o dia 6 de outubro. Antes disso, há previsão de uma manifestação de 24 horas no próximo dia 28. Caso ocorra a greve geral, a expectativa é de que cerca de 106 mil trabalhadores fechem aproximadamente 3 mil agências bancárias em São Paulo, Osasco e região.