Estado contraria propósito do Rodoanel e abre licitação para pedagiar a via
No dia 9, quarta-feira, o governo do Estado abriu licitação para o trecho oeste do Rodoanel Mario Covas, conforme divulgado no edital de concessão. A empresa vencedora terá o direito de instalar 14 postos de pedágio, cobrando até R$ 3,00, e a concessão será de 30 anos. De acordo com o edital, o prazo para entrega de propostas se encerrará em 11 de março e a cobrança deverá começar seis meses após o término da licitação. A atitude do governo estadual demonstra total descaso com o usuário que trafega pelo Rodoanel para fugir do trânsito intenso nos centros urbanos. Mais do que isso, contraria a proposta inicial da via, que não foi projetada para ser pedagiada, arguiu Marcos Martins, deputado estadual e coordenador da Frente Parlamentar criada para discutir o pedagiamento da rodovia. Para o deputado, a instalação do pedágio irá prejudicar trabalhadores e a população em geral. Em dezembro, Marcos Martins reuniu-se com Teodoro de Almeida, representante da área de licitação da Artesp; Antonio Jardim, representando o Fórum de Desenvolvimento Econômico de Osasco; e o engenheiro responsável pelo planejamento da Artesp, Milton Xavier. No encontro, Teodoro alegou que o Rodoanel não foi criado para tráfego de carros de passeio, e ainda que o pedagiamento não comprometerá o tráfego de caminhões. Contudo, Marcos Martins lembrou da pesquisa realizada pelo Sindicato dos Condutores de Transportes de Cargas apontou que pelo menos 30% dos caminhoneiros fugirão dos pedágios e voltarão a sufocar o trânsito urbano. O parlamentar lembrou também a fuga que os caminhões fazem do pedágio da rodovia Castelo Branco por vias urbanas de Osasco. Apesar da abertura da licitação, o Movimento Rodoanel Livre e a Frente Parlamentar mantém-se contrários ao pedagiamento.