Pedágios urbanos agridem orçamento familiar mesmo de quem não utiliza rodovias paulistas
Ao analisarmos as consequências dos altos pedágios cobrados nas rodovias paulistas, podemos verificar sem muito esforço o reflexo da cobrança no orçamento de toda a população, mesmo daquelas pessoas que sequer trafegam pelas rodovias pedagiadas.
A maior parte das mercadorias consumidas no Estado são transportadas pelas rodovias. Pedágios altos culminam na elevação do custo dos produtos, gerando inflação e por fim, onerando o orçamento doméstico.
No início de julho, os pedágios sofreram alta de 11,52%, índice que supera em dobro a maioria dos indicadores válidos no país, como IPCA, que foi de 5,04%, IPC-FIPE, 4,51% e INPC, índice que ajusta os salários, e que variou 5,9%.
Assim como acontece com as concessões feitas pelo governo federal, em São Paulo o indicador utilizado deveria ser o IPCA, e não em IGPM, aplicado de forma inadequada. Em consequẽncia disso, as tarifas cobradas em São Paulo são as mais caras do Brasil, e subiram o dobro da inflação oficial.
Diante do índice abusivo, notamos que há de fato, um repasse da renda dos usuários às concessionárias, que tiveram lucros exorbitantes verificados nos últimos anos.
O governo federal tem sido exemplo, porém não tem sido seguindo no Estado de São Paulo. O modelo adotado beneficia a população nas rodovias. Quando estiver implantado o pedágio na Rodovia Fernão Dias, que tem 562 quilômetros até Belo Horizonte, o custo total será de R$ 7,97. Na Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba, R$ 8,18 para o trecho de 401,6 quilômetros. Dados que revelam o comprometimento do governo Lula para com o povo e a seriedade com que administra a questão.
É disso que São Paulo precisa. De seriedade e comprometimento. Um olhar mais aguçado para as prioridades da população e não para os cofres robustos dos grandes e dominadores empresários. Não podemos mais pagar pelo pedágio também na mesa das nossas casas.