Governistas barram discussão sobre Operação Parasitas e caos no Servidor
Mais uma vez, deputados da base governista repetiram a estratégia de omitir-se, mesmo diante das denúncias estampadas em manchetes dos principais jornais. A Comissão de Saúde e Higiene, reunida nesta terça-feira, 18 de novembro, rejeitou o encaminhamento de requerimentos referentes à convocação de diretores de hospitais envolvidos na Operação Parasitas e à audiência pública no Hospital do Servidor Público Estadual.
O ofício do deputado Marcos Martins para a convocação dos dirigentes dos hospitais mencionados na Operação Parasitas foi rejeitado pelos três deputados do PSDB presentes à Comissão: Analice Fernandes, Antonio Carlos e Celso Giglio, sob a alegação que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Os dois integrantes do PT que têm lugar na Comissão, o próprio Marcos Martins e Adriano Diogo, presidente da mesma, deram votos favoráveis à convocação dos suspeitos para esclarecimentos à Assembléia. A bancada do PT está em busca de assinaturas na Casa para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de fraude e superfaturamento em hospitais estaduais, a chamada Operação Parasitas, deflagrada pela Polícia Civil no final de outubro, como resultado das investigações do esquema de fraudes em licitações em hospitais públicos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Cinco pessoas foram presas no episódio, acusadas de pertencer à quadrilha responsável por fraudes em licitações nos principais hospitais públicos no Estado. Estima-se que o esquema tenha faturado R$ 100 milhões nos últimos dois anos.
O requerimento do deputado Marcos Martins dá uma dimensão do tamanho do esquema de fraudes praticadas nos órgãos da rede de Saúde do Estado de São Paulo. São mencionados 19 hospitais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Hospital do Servidor Público Estadual, Hospital Brigadeiro, Instituto Dante Pazzanese, Instituto Emílio Ribas, Autarquia Sul da Capital, Hospital Ipiranga, Hospital Geral de São Mateus, Hospital Ferraz de Vasconcelos, Hospital Geral de Taipas, Complexo Hospitalar Padre Bento, Hospital Geral de Guaianazes, Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha, Centro de Referência da Mulher, Departamento Psiquiátrico 2 de Franco da Rocha, Hospital de Osasco, Hospital Infantil Darcy Vargas, Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros e Hospital Arnaldo Pezzuti.
Hospital do Servidor
O Presidente da Comissão, deputado Adriano Diogo, elaborou requerimento solicitando a realização de audiência pública da Comissão de Saúde no Hospital do Servidor com o objetivo de discutir a situação financeira do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, o Iamspe. Mas, a discussão foi descartada pelos deputados tucanos; entre eles, Celso Giglio, ex-superintendente do Iamspe, responsável pela administração do Hospital, que é alvo de inúmeras reclamações dos usuários.
Reportagem publicada nesta terça-feira no Jornal da Tarde revela que no último dia 17, cerca de 600 pacientes internados no Servidor Estadual ficaram quase cinco horas sem almoço. Segundo o JT, o problema com as refeições começou no fim de semana, quando os pacientes reclamaram que a comida estava azeda. Muitos pacientes estão sendo alimentados pelos familiares. Os responsáveis pelo Hospital atribuem o problema à prestadora de serviços, a Nardal Alimentação e Serviços Ltda.
(Fonte: PT Alesp)