Governo de Serra contra o emprego

De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, foram fechadas no estado de São Paulo 176 mil vagas de emprego industrial em maio deste ano em relação ao total em igual mês de 2008, o que representa uma queda de 7,35%. No acumulado deste ano até o mês passado, o estudo indicou corte de 46 mil vagas de trabalho, o que equivale a uma queda de 2,03% ante igual período de 2008. Projetando esses números, a Fiesp avalia ser provável que 2009 se encerre com saldo negativo de empregos no nosso Estado.

É lamentável que o mais importante estado brasileiro apresente tal desempenho no momento em que o Governo Federal, do Presidente Lula, estimula a produção de eletrodomésticos da chamada linha branca e de automóveis por meio de corte de impostos, além da construção civil com o programa “Minha Casa, Minha Vida” e com a aplicação dos recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

No estado de São Paulo os recursos financeiros e o número de unidades habitacionais construídas pelo governo Serra vêm diminuindo. Nos últimos quatro anos, o Governo Estadual deixou de construir 95.580 moradias previstas. E de 2001 a 2008, R$ 4 bilhões deixaram de ser aplicados em Habitação. A participação do setor Habitação no total do Orçamento Estadual em 2008 era de 0,80%, mas só se executou 0,58%, R$ 259 milhões a menos. O Programa Estadual de Urbanização de Favelas, por exemplo, orçado em R$ 150 milhões, pagou apenas 35,5 milhões, menos que ¼ do valor.

O único banco público estadual, a Nossa Caixa, foi recentemente vendido pelo Governador Serra. Essa medida retirou do Governo do Estado capacidade de fomentar o desenvolvimento, por exemplo financiando a construção civil. O Governo Estadual argumenta que, no lugar da Nossa Caixa, instituiu uma agência de fomento. Entretanto o fato é que no Orçamento do Estado de 2008, dos R$ 752 milhões orçados no programa Agência de Fomento, só R$ 200 milhões foram executados.

Mas a carga tributária bruta paulista, de 8,85% do PIB em 2005, não para de crescer e atingiu 9,77% em 2008, inclusive com ajuda de cada vez mais pedágios. Se dividida entre os habitantes do Estado, a carga tributária paulista representava, em 2005, R$ 1.821,85 para cada cidadão. Hoje já está em R$ 2.268,75 para cada um de nós. Essa é outra razão para o nível de emprego diminuir no estado de São Paulo. Com tantos recursos retirados da economia, cai o investimento privado e com ele também o número de postos de trabalho.