Polícia é para proteger o povo

Fui o primeiro deputado a denunciar no Plenário da Assembléia Legislativa que, alguns dias antes da primeira rodada de negociação salarial entre os banqueiros e o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reuniu-se secretamente com o Comando da Polícia Militar (PM) de nosso Estado.

Nessa reunião a Febraban informou à PM as localidades de maior ação do Sindicato – Centro Velho, Paulista, Santo Amaro, Osasco – e relatou sobre “possível união entre o Sindicato dos Vigilantes e o Sindicato dos Bancários”.

Agora, durante já uma semana de paralisação dos bancários, verifico nas ruas o resultado daquele malsinado encontro: diversos veículos da PM e farta quantidade de policiais diariamente nas imediações das agências bancárias.

O caminho do confronto, escolhido pelos banqueiros, abala a solução negociada para as campanhas salariais, o que sempre caracterizou a relação de trabalho dos bancários paulistas e é o previsto pela legislação brasileira.

Ao longo de todo o ano clientes e trabalhadores de bancos não dispõem de aparato policial. Aliás, nem mesmo porta de segurança é obrigatória. Meu projeto de lei nesse sentido foi aprovado na Assembléia Legislativa em 2008, mas sofreu veto do Governador José Serra.

Senhor Governador, a razão de existência da polícia é proteger o povo. Pare de gastar recursos desnecessariamente. Greves são objeto do trabalhador e não de forças militares.

Não deve ser por acaso que o jornal O Estado de São Paulo, de 30 de setembro, dá conta de que a Prefeitura de São Paulo fechou nos últimos quatro anos, durante as gestões Serra e Kassab, nada menos que 56% das bases comunitárias da Guarda Civil Metropolitana. Foram extintas 23 das 51 que existiam.