Pedágios e lucros estratosféricos

O governador Geraldo Alckmin anunciou na segunda-feira, 27, os novos valores das tarifas de pedágios das rodovias paulistas. O reajuste autorizado de 9,77% (IPCA) e de 6,5% (IGPM) vai chegar às 277 cabines espalhadas pelas estradas de São Paulo neste dia 1º de julho. A maior tarifa será cobrada na rodovia dos Imigrantes, que liga a capital à Baixada Santista, e vai custar R$ 20,10. Hoje é R$ 18,50.

No ano passado, o ex-governador Alberto Goldman, numa tentativa desatrosa de tentar reduzir os valores para dar uma ‘mãozinha’ ao seu candidato à presidência, concedeu mais um agrado às Concessionárias que administram as rodovias. Portanto, os valores, na sua grande maioria, ainda sofrerão mais ajustes, sendo arredondados sempre na casa dos R$ 0,10 (no ano passado foi em R$ 0,05).

Uma ferramenta intitulada de pedagiômetro (www.pedagiometro.org.br) foi criada para calcular, em tempo real, utilizando os dados fornecidos anualmente à Assembleia Legislativa de São Paulo pelas empresas, o lucro que os pedágios dão as concessionárias.

O total arrecadado, até a confecção deste artigo, chegava a quase R$ 3 bilhões. Ou seja, os pedágios paulistas arrecadaram, até o dia 29 deste mês, cerca de R$ 168,09 por segundo, R$ 605.124,00 mil por hora, R$ 14.522.976,00 milhões por dia e R$ 435.689.280,00 milhões por mês.

A maioria dos contratos firmados com as empresas permitem que elas explorem as rodovias, todas construídas com dinheiro público, por mais de 25 anos.

Enquanto as concessionárias se esbaldam e se lambuzam com os lucros estratosféricos, o govenador não cumpre a promessa de campanha de rever os contratos e baixar os valores dos pedágios. Enquanto isso, o povo mais uma vez deixará uma boa quantia do seu ordenado nas cabines espalhadas pelas rodovias paulistas.