Apagões e estatização
A AES Eletropaulo é uma das empresas mais lucrativas do país. Em um pouco mais de quatro anos, o lucro da empresa saltou de R$ 376 mi, em 2006, para mais 1,3 bi, em 2010. Já a eficiência e qualidade da ex-estatal não seguiu a mesma tendência.
Durante audiência organizada na Assembleia Legislativa, no último 10, pelo meu mandato e pelo mandato dos deputados estaduais Geraldo Cruz e Isac Reis, presenciamos uma série de reclamações, tanto de prefeitos, como de empresários e da população sobre a (in) eficiência dos serviços prestado pela empresa. Aqui vou me ater a apenas uma: os apagões.
De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a capital ficou em média 10h sem energia elétrica durante este ano. A população da Zona Sul é a que mais sofreu com os apagões, com cerca de 21h sem energia elétrica, somente no primeiro trimestre deste ano.
Um apagão no dia 28 de junho atingiu sete bairros da região Oeste da Capital e a região metropolitana, deixando sem luz cerca de três milhões de pessoas. No geral, os moradores da região metropolitana ficaram, em média, 23h sem energia elétrica no mês de junho.
O tempo recomendado pela Agência Reguladora é de no máximo 8h e 40min.
Nas últimas panes do sistema elétrico, além de deixar milhões de habitantes no escuro, os trens do Metrô foram paralisados nos túneis, amedrontando e prejudicando milhares de trabalhadores.
Para piorar, a empresa começa usar brechas na legislação para dar desconto menor aos clientes vítimas dos apagões, conforme denunciou o jornal O Estado de S. Paulo (Metrópole, 24/08/11).
Levamos as reclamações a Aneel, em Brasilia, no dia 19. Cobramos que a Agência multe a empresa pelas falhas e que lhe obrigue a compensar de maneira correta os consumidores prejudicados pelos apagões.
Se a AES Eletropaulo não dá conta do recado, pede para sair. Não tenho dúvida que o povo paulista receberia com grande satisfação a sua estatal de volta.