“Lamento que tenham companheiros que não conseguiram entrar, mas é assim: a gente cresceu!”. Começou assim a fala da presidenta Dilma Rousseff na noite de hoje (20), durante o ato pelos 10 anos de Governo Democrático e Popular. Ao lado de Lula, Fernando Haddad, Marcio Pochmann e os presidentes das siglas que compõem a base do governo, a petista destacou os avanços conquistados por milhões de brasileiros e brasileiras na última década e lembrou a importante atuação da militância na eleição do presidente que deu início a esse processo.

“Essa década, companheiros e companheiras, tem milhões de construtores, mas essa década tem e teve o seu líder. Esse líder chama-se Luiz Inácio Lula da Silva”. E completou: “Foi ele que, com coragem e pioneirismo, começou a fechar a porta do atraso e a escancarar a porta das oportunidades para milhões de brasileiros e brasileiras, de todas as raças, de todas as classes sociais e de todos os credos. Não por acaso, essa porta aberta deu o primeiro operário presidente e deixou entrar também a primeira mulher presidenta. E esse país não elegeria um operário presidente e uma mulher presidenta se não tivesse a combativa militância do Partido dos Trabalhadores”.

Dilma destacou as várias ações desenvolvidas pelo Governo Federal nesses 10 últimos anos – desde os 19 milhões de brasileiros que hoje trabalha com carteira assinada, passando pela lei de cotas, até chegar ao ato assinado ontem (19), que delibera pela a inclusão de 2,5 milhões de pessoas no Programa Bolsa Família. “O fim da pobreza é apenas o começo”, frisou a presidenta.

A petista abordou ainda a questão da redução da tarifa da energia elétrica e o aumento de oferta do serviço. “Nós não herdamos nada [da gestão anterior]. Nós construímos isso”. E pontuou: “O povo sabe, acima de tudo, que o nosso governo jamais abandonou os pobres. E como nosso governo jamais abandonou os pobres, é justamente por isso que a miséria está nos abandonando”.

Lula
Com o bom humor usual, Lula afirmou que esses 10 anos consagram um novo jeito de fazer política no Brasil. Após ler trechos de seu discurso de eleição, o ex-presidente exaltou a democracia da gestão petista, sua busca pela transparência – nunca antes vista na história desse país – e a atuação frustradas dos adversários na tentativa de desqualificar os avanços conquistados pela legenda com apoio de sua base.

“Nós não temos medo da comparação. Inclusive, comparação no debate da corrupção”, disse ao citar uma entrevista concedida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que se mostrava descontente com a elaboração de uma cartilha – PT 10 Anos de Governo, o Decênio que Mudou o Brasil – onde dados das duas gestões são comparados estatisticamente. “A diferença desses 10 anos qualquer mulher sabe, qualquer homem que reparta as tarefas de casa também sabe. Tem duas formas de sujeira aparecer: uma é você mostrar e a outra é você esconder. E assim de cara limpa, olhando para vocês, digo que eu duvido que tenha na história do país um governo que criou mais instrumentos e mais transparência para combater a corrupção do que o nosso”.

Lula contou que a primeira vez que votou para presidente da República foi para escolher seu próprio nome. “A segunda votação que eu fiz foi em mim mesmo. A terceira votação foi em um poste [apontando para Dilma] que está iluminando o Brasil”, disse pouco antes de assegurar que a melhor resposta aos ataques sofridos pelo PT é a reeleição de Dilma em 2014.

Haddad agradeceu Dilma e Lula em nome de diversas lideranças que acompanhavam o ato “pelo Privilégio de ter servido e de estar servindo ao governo dos presidentes que transformaram a realidade da nação”. “De um país, chamado Brasil, que quer se encontrar de uma vez por todas com a justiça social”, disse.

Lembrando frases históricas, Rui Falcão, presidente nacional do PT, lembrou que o modo petista de governar deu autonomia aos brasileiros, tirando a população da condição de expectador e a transformando em agente. O petista destacou ainda duas reformas necessárias para a manutenção da democracia: a reforma política e também a regulamentação da comunicação, ou lei de meios. Já Pochmann, reforçou a ideia de avanço – quando a sociedade passou a olhar para as camadas mais baixas da população seguindo o exemplo de seus representantes na esfera federal.

Participaram ainda, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, deputados (as) estaduais e federais, o senador Eduardo Suplicy, quatro governadores petistas, 11 ministros e representantes e presidentes da base aliada do governo Alfredo Nascimento (PR); Carlos Lupi (PDT); Ciro Moura (PTC); Gilberto Kassab (PSD); Eduardo Lopes (PRB); Renato Rabelo (PC do B); Roberto Amaral (PSB); Robson Amaral (PTN); Valdir Raupp (PMDB), além da militâncias.