Pela descentralização do Instituto do Câncer
O número de pessoas com câncer deve crescer mais de 75% no mundo todo até 2030, aumento provocado principalmente pela adoção de estilos de vida considerados insalubres, segundo estudo divulgado em maio de 2012 pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (AIPC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
São dados extremamente preocupantes, pois o câncer já é avaliado por seu caráter de doença epidêmica e tem se tornado bastante comum no mundo todo.
Hoje, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), temos considerado a questão da saúde com foco na defesa e valorização da vida do trabalhador. Nesse sentido, a saúde deixa de ser pensada tão somente como atendimento médico para ser encarada em seu sentido mais amplo, como conjunto de hábitos cotidianos que levam o organismo a apresentar doenças.
Por esse motivo, o que tem me pautado nesses anos de atuação política como parlamentar, principalmente no período em que estive à frente da Comissão de Saúde, é a proposição de projetos que tenham como norte a melhoria da qualidade de vida.
Tomo como exemplos a luta pela jornada de 40 horas semanais para os trabalhadores, o banimento do amianto – substância cancerígena que já causou a morte de muitos operários – e a batalha para levar às cidades da região metropolitana o acesso mais digno ao tratamento do câncer.
Por isso, foi com satisfação e alegria que recebi a notícia de que, possivelmente ainda este ano, conforme avanço das tratativas da Secretaria de Saúde do Estado, a cidade de Osasco, e região, poderá contar com um Centro de Tratamento do Câncer com condições de oferecer aos pacientes consultas, exames diagnósticos e tratamento por quimioterapia e radioterapia.
A descentralização do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) para outras localidades do estado é uma grande conquista na luta contra essa doença, já que possibilita ao paciente oncológico um tratamento mais próximo de casa, implicando diretamente no sucesso de sua recuperação.
Ao lado de movimentos sociais, realizamos diversas intervenções junto às pastas da Saúde estadual e federal. Ajudei a colher, ao lado do grupo OncoVida e da Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), mais de 50 mil assinaturas para um abaixo-assinado que foi entregue à Casa Civil do Estado de São Paulo, em 2010, pedindo um hospital especializado no tratamento do câncer para nossa região.
Agora, nossa meta é focar ainda mais no trabalho de conscientização e de prevenção da doença. Recentemente, a Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei 769/11, que versa sobre o banimento progressivo do mercúrio em nosso estado. Agora, o projeto segue para sanção do governador do estado.
Essa substância, extremamente prejudicial à saúde, ainda é facilmente encontrada em rios e córregos, e contamina nosso solo, levando risco à população por meio dos alimentos como peixe, por exemplo.
Vivemos em um momento crítico da humanidade, em que medidas que incentivem o consumo sustentável e melhorem a qualidade de vida da população se tornam cada vez mais urgentes.
Saúde pública é um conceito amplo e estamos dispostos a encarar essa questão com olhar atento aos recentes estudos e pesquisas científicas que dão à sociedade o conhecimento necessário para construir um futuro melhor para todos.