Dia de Luta: ato reúne centrais sindicais e partidos políticos na Avenida Paulista

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Mobilização. Defesa dos direitos do trabalhador. União entre as centrais sindicais e partidos políticos. Esses são alguns dos elementos do Dia Nacional de Luta – ato que parou a Avenida Paulista na tarde dessa quinta-feira (11). Juntas, CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB, NCST e o Movimento Sem Terra mobilizaram milhares de pessoas em torno de uma agenda em defesa do trabalhador e da trabalhadora brasileiros.

De acordo com a estimativa da CUT, 15 mil pessoas participaram do ato. O presidente nacional da Central Vagner de Freitas, lembra que todos os grandes avanços nacionais foram fruto da mobilização conjunta dos trabalhadores. Um sinônimo de maturidade do movimento, segundo ele. “Nós sabemos que elas [centrais] têm diferenças entre si, isso é normal, estamos em uma democracia. Tem uma coisa que tem ser comum entre elas, que é defender o trabalhador e a trabalhadora. E nesse caso, a pauta é única. A agenda é única. E nós não estamos aqui para defender o governo A, B, C ou D, mas também não é para ataca-los. Isso é que unifica todas as centrais”.

E completa: “Ninguém precisa orientar a CUT. Nós defendemos a reforma política com plebiscito. Aliás, no ano passado nós realizamos um evento defendendo a reforma política”.

Adi dos Santos Lima, presidente da CUT-SP, reforçou a legitimidade da participação petista no ato. “Nós temos um processo democrático de liberdade de organização partidária. Nada mais justo do que o Partido dos Trabalhadores reivindicar a mudança do sistema político, assim como a CUT entende que é preciso uma reforma política no Brasil, o PT também vê uma conjunção de ideias sobre esse ponto”.

Presidente do PT-SP, o deputado estadual Edinho Silva, reforça o apoio petista às centrais, inclusive os movimentos que emergiram recentemente. “Esse é o lugar do PT, é o lugar da nossa história. Nós hoje governamos o Brasil, muitas vitórias foram conseguidas, mas nós temos que continuar apoiando os trabalhadores para que essas vitórias sejam consolidadas e novas vitórias possam vir. Repito: nós estamos aqui apoiando os movimentos sociais, inclusive os novos, esse que emergiram em junho de 2013. Apoiamos a agenda proposta da presidenta Dilma, não só de uma agenda político-eleitoral, mas uma reforma de estado, para que a gente possa avançar no modelo de organização da nossa democracia”.

Deputado estadual e líder da Bancada petista na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino lembra que as centrais sindicais e os partidos políticos se uniram em torno de uma pauta bem definida. “Os trabalhadores estão pedindo a redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário e a retirada do projeto de lei referente à terceirização que está tramitando em Brasília. Tem o debate também da quebra do monopólio da mídia no nosso país”, destaca.

De acordo com ele, o Brasil tem conseguido criar condições, a partir dos governos Lula e Dilma, de mudar o cenário nacional com ações como o Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos, o Bolsa Família e a criação de mais de 15 milhões de empregos. “Você tem hoje outro Brasil e a classe trabalhadora tem se apropriado dessas conquistas. O importante agora é que haja distribuição de renda”.

O deputado Marcos Martins, por sua vez, afirma que todas as manifestações organizadas, com rumo e sem incidentes chamam a atenção dos governantes, sejam eles do estado, do Governo Federal ou das prefeituras, no aprofundamento da democracia. “Nós queremos aprofundar a democracia em todas as áreas, temos muito por fazer. Parabéns trabalhadores por essa grande mobilização”, parabeniza.

Gilmar Mauro, da Coordenação Nacional do MST, disse que é necessário avançar na pauta da classe trabalhadora, mas sem despolitiza-la. “É preciso dar um recado contra a direita nesse país. As mobilizações ocorridas em todo o Brasil refletem que a classe trabalhadora tem uma voz que diz o seguinte: ‘Nenhum passo atrás nas conquistas da classe trabalhadora’.”

 

Estado

A mobilização começou cedo em São Paulo. Era madrugada quando trabalhadores se reuniram nas portas das fábricas. Metalúrgicos, representantes da construção civil, dos comerciários, motoboys, trabalhadores dos Correios, professores e servidores públicos realizaram atos em todo o estado. Pelo menos 100 mil trabalhadores metalúrgicos participaram de atos em 37 pontos distintos.

Simultaneamente, grupos fecharam a Marginal Tietê, avenidas do Estado e Jacu-Pêssego, Radial Leste e as rodovias Anchieta, Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra e Mogi-Bertioga.

 

Plebiscito

Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários, destacou que a categoria paralisou as agências da Avenida Paulista durante toda essa quinta-feira em apoio ao ato. Segundo ela, duas bandeiras merecem destaque na mobilização: a reforma política e a defesa de um novo marco regulatório das comunicações. “Aqui tem trabalhador do campo, da cidade, do setor privado, do setor público. Cada um em torno dos oito pontos centrais como redução da jornada, o fim do fator previdenciário, contra o projeto de lei da terceirização, também pela reforma política. Nós defendemos o plebiscito, defendemos que o povo seja consultado, seja ouvido”.

 

Conheça as principais reivindicações das centrais sindicais:

1. Redução da Jornada de Trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários;

2. Contra o Projeto de Lei 4330/04, que amplia as terceirizações e precariza os empregos;

3. Fim do Fator Previdenciário;

4. Valorização das Aposentadorias;

5. 10% do PIB para a Educação;

6. 10% do Orçamento da União para a Saúde;

7. Transporte público e de qualidade;

8. Reforma Agrária;

9. Reforma política e realização de plebiscito popular;

10. Reforma urbana;

11. Democratização dos meios de comunicação.