São Paulo não pode ficar a mercê de São Pedro

Dia 22 é o Dia Mundial da Água.
Nada mais propício a se discutir no momento do que esse recurso, que sabemos, é escasso e muito mal gerenciado pelo governo do Estado.
Primeiramente, vivemos em janeiro a maior estiagem das últimas décadas. Uma metrópole como São Paulo não pode ficar a mercê de São Pedro para garantir o abastecimento. Nós pagamos pela água e em muitos locais, já não temos esse direito e temos de nos submeter a racionamentos nunca admitidos pelo governo estadual.
Segundo a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp), que fiscaliza a atuação da Sabesp, quase um trilhão de litros de água foram desperdiçados pelas redes de distribuição de São Paulo em 2012. O volume corresponde a 32,1% do volume distribuído. Em 2013, a perda foi de 31,2%, mas nem Arsesp nem Sabesp têm dados do volume.
Todo esse desperdício acontece por causa dos inúmeros vazamentos causados por redes velhas, muitas delas ainda com tubulação de amianto, proibido por lei em São Paulo. Há anos pressionamos a Sabesp para a troca dos canos, que além de afastar o amianto da água potável, garantiria o fim de tanto desperdício em vazamentos.
E quando chove bastante, ou seja, quando o clima é generoso, a cidade sofre do mesmo jeito. Deslizamentos, água que invade casas, avenidas, rodovias, derrubam árvores, queimam semáforos.
Então, fica claro que o problema não é do clima. É da falta de planejamento.
Não estamos preparados nem para estiagem, nem para temporal.
Padecemos pela incompetência.
Dia da Água, o bem necessário à vida, mas, lamentavelmente, nada a comemorar.