Falta d’água em São Paulo mobiliza parlamentares

Crédito: Assessoria/MM

A situação da falta de água é cada vez mais alarmante em São Paulo. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que desde 12 de julho utiliza a primeira cota de água do volume morto do sistema Cantareira, anunciou na terça-feira (19/8) que pretende retirar uma segunda cota de água, um volume de mais de 106 bilhões de litros.  A segunda cota será retirada da represas Jaguari- Jacareí, localizadas em Bragança Paulista.
A extração destes grandes volumes de água prejudicam os outros sistemas de abastecimento (Alto do Tietê, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro e Alto Cotia).  O volume morto, que fica abaixo do nível normal, é utilizado apenas em casos de emergência. Além da falta d’água ocasionar desgastes para a população paulista que sofre cortes de água, a retirada deste volume também aumenta substancialmente os gastos do abastecimento. A água do volume morto é retirada por sistemas de bombeamento e precisa passar por tratamento reforçado.  Aproximadamente R$80 milhões foram utilizados somente em bombas.
Algumas cidades já estão em alerta. Tambaú (SP), que já havia decretado estado de emergência, decretou agora estado de calamidade pública por falta d’água. Como medida emergencial, a água ficará cortada por 48 horas. A multa para quem for pego desperdiçando água é de R$600.
Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha no último sábado (16/8) aponta que 46% dos moradores de São Paulo dizem ter sofrido interrupção no fornecimento de água em casa no último mês e 99% dos paulistanos afirmaram ter conhecimento sobre a crise hídrica vivida pelo estado.
Culpa de quem?
Algumas esferas de poder se mobilizam para apurar de quem é a culpa e a responsabilidade pela falta d’água em São Paulo. Na quarta-feira (20/8), a Câmara Municipal de São Paulo iniciou os trabalhos da CPI da Sabesp. A Comissão Parlamentar de Inquérito vai investigar meandros do fornecimento de água da Sabesp para a capital paulista.
O deputado estadual Marcos Martins (PT), membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), tenta implantar uma CPI também a nível estadual. A principal função da CPI seria investigar as perdas de água da companhia, já que ela tem um contrato de R$ 400 milhões com a empresa japonesa de desenvolvimento – Jica –, executado desde 2009, mas a situação continua a mesma: perde-se 31,2% da água tratada para abastecer a região metropolitana de São Paulo. O índice representa cerca de 950 bilhões de litros – quantidade equivalente a quase todo o “volume útil” do Sistema Cantareira, que tem capacidade para 981 bilhões de litros.
Em 2004 o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) entregou um documento para a Sabesp alertando a empresa sobre a insuficiência do Sistema Cantareira. Entregou também um Plano Diretor de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista. Embora o plano mostrasse a necessidade de investimentos entre 4 bilhões e 10 bilhões de reais em novos reservatórios, apenas parte das obras foram realizadas.
“O governador não pode colocar a culpa na falta de chuva, e muito menos punir a população com multas ilegais. Precisamos fazer um debate sério sobre a questão da água em São Paulo. O sistema Cantareira suportou por 40 anos todo tipo de agressão, da exploração irracional à leniência com ocupações irregulares, e agora ameaça entrar em colapso”, alertou o deputado estadual Marcos Martins, que no início deste ano fez um requerimento pedindo a abertura da CPI para investigar a Sabesp.

A situação da falta de água é cada vez mais alarmante em São Paulo. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que desde 12 de julho utiliza a primeira cota de água do volume morto do sistema Cantareira, anunciou na terça-feira (19/8) que pretende retirar uma segunda cota de água, um volume de mais de 106 bilhões de litros.  A segunda cota será retirada da represas Jaguari- Jacareí, localizadas em Bragança Paulista.

A extração destes grandes volumes de água prejudicam os outros sistemas de abastecimento (Alto do Tietê, Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro e Alto Cotia).  O volume morto, que fica abaixo do nível normal, é utilizado apenas em casos de emergência. Além da falta d’água ocasionar desgastes para a população paulista que sofre cortes de água, a retirada deste volume também aumenta substancialmente os gastos do abastecimento. A água do volume morto é retirada por sistemas de bombeamento e precisa passar por tratamento reforçado.  Aproximadamente R$80 milhões foram utilizados somente em bombas.

Algumas cidades já estão em alerta. Tambaú (SP), que já havia decretado estado de emergência, decretou agora estado de calamidade pública por falta d’água. Como medida emergencial, a água ficará cortada por 48 horas. A multa para quem for pego desperdiçando água é de R$600.

Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha no último sábado (16/8) aponta que 46% dos moradores de São Paulo dizem ter sofrido interrupção no fornecimento de água em casa no último mês e 99% dos paulistanos afirmaram ter conhecimento sobre a crise hídrica vivida pelo estado.

Culpa de quem?

Algumas esferas de poder se mobilizam para apurar de quem é a culpa e a responsabilidade pela falta d’água em São Paulo. Na quarta-feira (20/8), a Câmara Municipal de São Paulo iniciou os trabalhos da CPI da Sabesp. A Comissão Parlamentar de Inquérito vai investigar meandros do fornecimento de água da Sabesp para a capital paulista.

O deputado estadual Marcos Martins (PT), membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), tenta implantar uma CPI também a nível estadual. A principal função da CPI seria investigar as perdas de água da companhia, já que ela tem um contrato de R$ 400 milhões com a empresa japonesa de desenvolvimento – Jica –, executado desde 2009, mas a situação continua a mesma: perde-se 31,2% da água tratada para abastecer a região metropolitana de São Paulo. O índice representa cerca de 950 bilhões de litros – quantidade equivalente a quase todo o “volume útil” do Sistema Cantareira, que tem capacidade para 981 bilhões de litros.

Em 2004 o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) entregou um documento para a Sabesp alertando a empresa sobre a insuficiência do Sistema Cantareira. Entregou também um Plano Diretor de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista. Embora o plano mostrasse a necessidade de investimentos entre 4 bilhões e 10 bilhões de reais em novos reservatórios, apenas parte das obras foram realizadas.

“O governador não pode colocar a culpa na falta de chuva, e muito menos punir a população com multas ilegais. Precisamos fazer um debate sério sobre a questão da água em São Paulo. O sistema Cantareira suportou por 40 anos todo tipo de agressão, da exploração irracional à leniência com ocupações irregulares, e agora ameaça entrar em colapso”, alertou o deputado estadual Marcos Martins, que no início deste ano fez um requerimento pedindo a abertura da CPI para investigar a Sabesp.