Após a condenação em duas instâncias, dono da Eternit vê sua pena prescrever e sai impune

Crédito: ANSA

O que era para ser o julgamento do século, como vinha noticiando a imprensa italiana, acabou se transformando em mais uma decepção para vítimas de todo o mundo. Ao final da sentença, centenas de familiares de trabalhadores que morreram ou foram contaminadas pelo asbesto gritavam as palavras: “Vergonha! Vergonha!”. Isso porque a Corte de Cassação de Roma, na Itália, anulou, nesta quarta-feira (19), a condenação a 18 anos de prisão determinada pelo Tribunal de Apelação de Turim, em 2013, do ex-presidente da Eternit Stephan Schmidheiny.
A principal instância judiciária da Itália entendeu que o crime por desastre ambiental doloso causado pelo uso do amianto praticado pelo magnata suíço em Casale Montferrato prescreveu, cancelando consequentemente as indenizações que a empresa e Schmidheiny deveriam pagar aos parentes dos mortos. Um dos fundadores da ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto) e autor da lei que proíbe o uso do mineral no estado de São Paulo, o deputado estadual Marcos Martins, acompanhou a comitiva brasileira na Itália e teme pelas consequências e repercussão da sentença. “Muitas pessoas perderam suas vidas, outras, seus parentes, e mais pessoas ainda perderam sua saúde. A corte italiana deu muitos passos para trás numa luta mundial”, lamenta o deputado.
Com fábricas espalhadas pelo mundo, a empresa disseminou durante muitos anos o uso do mineral, contaminando e matando trabalhadores de vários países. Cientes dos males causados por sua matéria prima, os donos da Eternit venderam a empresa antes que pudessem ser julgados por seus crimes, deixando um enorme passivo social, trabalhista e ambiental. Antes do resultado do primeiro julgamento, em 2012, um dos sócios, o belga Jean Louis Marie de Marchienne faleceu, sem nunca ter sido condenado. Agora toda a atenção estava voltada para Schmidheiny e o julgamento em última instância, que anularam as sentenças anteriores.
“Viemos prestar nossa solidariedade às vítimas italianas e também pressionar a justiça para que casos como este não sejam esquecidos. Infelizmente o que se viu foi que a justiça continua cega”, afirma Martins. Para o deputado, há o risco desse resultado influenciar nos processos que correm contra a empresa no Brasil. “Assim mesmo seguiremos lutando, estamos há 19 anos combatendo o uso do amianto e não vai ser agora que vamos parar”, completou.

O que era para ser o julgamento do século, como vinha noticiando a imprensa italiana, acabou se transformando em mais uma decepção para vítimas de todo o mundo. Ao final da sentença, centenas de familiares de trabalhadores que morreram ou foram contaminadas pelo asbesto gritavam as palavras: “Vergonha! Vergonha!”. Isso porque a Corte de Cassação de Roma, na Itália, anulou, nesta quarta-feira (19), a condenação a 18 anos de prisão determinada pelo Tribunal de Apelação de Turim, em 2013, do ex-presidente da Eternit Stephan Schmidheiny.

A principal instância judiciária da Itália entendeu que o crime por desastre ambiental doloso causado pelo uso do amianto praticado pelo magnata suíço em Casale Montferrato prescreveu, cancelando consequentemente as indenizações que a empresa e Schmidheiny deveriam pagar aos parentes dos mortos. Um dos fundadores da ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto) e autor da lei que proíbe o uso do mineral no estado de São Paulo, o deputado estadual Marcos Martins, acompanhou a comitiva brasileira na Itália e teme pelas consequências e repercussão da sentença. “Muitas pessoas perderam suas vidas, outras, seus parentes, e mais pessoas ainda perderam sua saúde. A corte italiana deu muitos passos para trás numa luta mundial”, lamenta o deputado.

Com fábricas espalhadas pelo mundo, a empresa disseminou durante muitos anos o uso do mineral, contaminando e matando trabalhadores de vários países. Cientes dos males causados por sua matéria prima, os donos da Eternit venderam a empresa antes que pudessem ser julgados por seus crimes, deixando um enorme passivo social, trabalhista e ambiental. Antes do resultado do primeiro julgamento, em 2012, um dos sócios, o belga Jean Louis Marie de Marchienne faleceu, sem nunca ter sido condenado. Agora toda a atenção estava voltada para Schmidheiny e o julgamento em última instância, que anularam as sentenças anteriores.

“Viemos prestar nossa solidariedade às vítimas italianas e também pressionar a justiça para que casos como este não sejam esquecidos. Infelizmente o que se viu foi que a justiça continua cega”, afirma Martins. Para o deputado, há o risco desse resultado influenciar nos processos que correm contra a empresa no Brasil. “Assim mesmo seguiremos lutando, estamos há 19 anos combatendo o uso do amianto e não vai ser agora que vamos parar”, completou.