Déficit habitacional, repressão policial e desgoverno

Policia Militar não poupou a utilização de forte aparato e violência na reintegração da Ocupação Colonial/ Crédito: JORGE JUNIOR/MÍDIA NINJA

A partir de um pedido expedido pela prefeitura de São Paulo, foi realizada pela Polícia Militar, na manhã desta terça-feira (17), uma operação de reintegração de posse do terreno da Ocupação Colonial, que abrigava cerca de 700 famílias em São Mateus (Zona Leste da capital). Indiferentes à presença de idosos, mulheres, crianças e moradores em situação de extrema vulnerabilidade social, os militares abusaram da violência com bombas de efeito moral; jatos de água e até tratores para expulsar e derrubar os barracos de mais de 3 mil pessoas.
Gritando palavras de ordem e tentando obstruir o acesso da PM às casas, moradores optaram pela resistência, mas foram incapazes de rivalizar com a truculência do Estado. Por volta das nove horas da manhã, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, solicitava que os oficiais aguardassem uma decisão do juiz sobre o pedido de suspensão da reintegração, quando foi preso. A Polícia Militar alega que as horas de filmagens que a corporação possui sobre Boulos deixam claro que se trata de uma liderança e justificou sua prisão por suposto desacato, obstrução da via, da Justiça e incitação de violência.
Além de Boulos, foi detida outra liderança do MTST, o companheiro José Ferreira Lima. Ambos foram encaminhados ao 49º DP (São Mateus). Nem a PM ou a prefeitura municipal informaram para onde serão levados os moradores que foram violentamente subtraídos de suas casas, ou se há algum destino para eles. Na segunda-feira, um dia antes da reintegração, o líder do MTST já havia manifestado sua preocupação de que a operação pudesse repetir o que aconteceu na Comunidade do Pinheirinho, em 2012. “Amanhã (terça-feira) São Paulo vai amanhecer com cenas tristes”, antecipou Boulos.
Entre as mensagens de solidariedade ao movimento por moradia e ao líder do MTST, a Presidenta Dilma Rousseff, destacou: “A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição Cidadã, especialmente o direito à livre manifestação”. Em sua nota, Dilma ainda ressaltou: “Prender Guilherme Boulos quando defendia um desfecho favorável às famílias da Vila Colonial em São Paulo evidencia um forte retrocesso. Mostra a opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa dos direitos sociais do nosso povo.”.
Vários veículos de comunicação noticiaram o caso como uma “prisão política”, que teria como pano de fundo a criminalização dos movimentos sociais. Movimentos de extrema direita, por outro lado, defendem a tese de que Boulos e o MTST sejam enquadrados na “Lei Antiterrorismo”, um discurso usado à exaustão pelo Movimento Brasil Livre (MBL), por exemplo. Por volta das 19h45 da terça-feira, Guilherme foi solto, mas o aparelhamento da PM para fins partidários não será apagado. Segundo moradores, o terreno da Ocupação Colonial está abandonado há cerca de 40 anos e dados da Secretaria de Habitação apontam que o déficit habitacional do Estado de São Paulo supera 1 milhão de moradias.

A partir de um pedido expedido pela prefeitura de São Paulo, foi realizada pela Polícia Militar, na manhã desta terça-feira (17), uma operação de reintegração de posse do terreno da Ocupação Colonial, que abrigava cerca de 700 famílias em São Mateus (Zona Leste da capital). Indiferentes à presença de idosos, mulheres, crianças e moradores em situação de extrema vulnerabilidade social, os militares abusaram da violência com bombas de efeito moral; jatos de água e até tratores para expulsar e derrubar os barracos de mais de 3 mil pessoas.

Gritando palavras de ordem e tentando obstruir o acesso da PM às casas, moradores optaram pela resistência, mas foram incapazes de rivalizar com a truculência do Estado. Por volta das nove horas da manhã, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, solicitava que os oficiais aguardassem uma decisão do juiz sobre o pedido de suspensão da reintegração, quando foi preso. A Polícia Militar alega que as horas de filmagens que a corporação possui sobre Boulos deixam claro que se trata de uma liderança e justificou sua prisão por suposto desacato, obstrução da via, da Justiça e incitação de violência.

Além de Boulos, foi detida outra liderança do MTST, o companheiro José Ferreira Lima. Ambos foram encaminhados ao 49º DP (São Mateus). Nem a PM ou a prefeitura municipal informaram para onde serão levados os moradores que foram violentamente subtraídos de suas casas, ou se há algum destino para eles. Na segunda-feira, um dia antes da reintegração, o líder do MTST já havia manifestado sua preocupação de que a operação pudesse repetir o que aconteceu na Comunidade do Pinheirinho, em 2012. “Amanhã (terça-feira) São Paulo vai amanhecer com cenas tristes”, antecipou Boulos.

Entre as mensagens de solidariedade ao movimento por moradia e ao líder do MTST, a Presidenta Dilma Rousseff, destacou: “A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, é inaceitável. Os movimentos sociais devem ter garantidos a liberdade e os direitos sociais, claramente expressos na nossa Constituição Cidadã, especialmente o direito à livre manifestação”. Em sua nota, Dilma ainda ressaltou: “Prender Guilherme Boulos quando defendia um desfecho favorável às famílias da Vila Colonial em São Paulo evidencia um forte retrocesso. Mostra a opção por um caminho que fere nossa democracia e criminaliza a defesa dos direitos sociais do nosso povo.”.

Vários veículos de comunicação noticiaram o caso como uma “prisão política”, que teria como pano de fundo a criminalização dos movimentos sociais. Movimentos de extrema direita, por outro lado, defendem a tese de que Boulos e o MTST sejam enquadrados na “Lei Antiterrorismo”, um discurso usado à exaustão pelo Movimento Brasil Livre (MBL), por exemplo. Por volta das 19h45 da terça-feira, Guilherme foi solto, mas o aparelhamento da PM para fins partidários não será apagado. Segundo moradores, o terreno da Ocupação Colonial está abandonado há cerca de 40 anos e dados da Secretaria de Habitação apontam que o déficit habitacional do Estado de São Paulo supera 1 milhão de moradias.