Audiência Pública discute os perigos do uso dos agrotóxicos para saúde e meio-ambiente

Na última terça-feira, 27/6, foi realizada, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), Audiência Pública “Uso de Agrotóxicos – seus efeitos na saúde e no meio-ambiente”, proposta pelos deputados estaduais Marcos Martins e Carlos Neder, integrantes da Comissão de Saúde da ALESP.

Reunindo profissionais para falar sobre o assunto, a Audiência contou com a participação de Carla Bueno, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida; Márcia Sarpa, pesquisadora do Inca; Luis Claudio Meireles, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e Ana Marina Martins de Lima, integrante do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos.

Em sua fala, Bueno denunciou a proposta de flexibilização da bancada ruralista na atual legislação dos agrotóxicos e citou o Projeto de Lei 6299/02, que pretende mudar o temor agrotóxico para defensivo fitossanitário. Já Sarpa falou sobre o perigo da classificação dos agrotóxicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dos sintomas causados pela exposição a curto e a longo prazo. “Os agrotóxicos são classificados como extremamente, altamente, moderadamente ou pouco tóxicos. Mas ao longo de uma vida de 20 ou 30 anos de exposição qualquer um deles pode levar ao desenvolvimento de câncer”, explicou.

Meireles falou sobre a exigência da Fiocruz na melhoria da assistência ao intoxicado pelo agrotóxico e nas notificações dos casos. De acordo com ele, o trabalhador ou consumidor deve ter informações suficientes para reconhecer e se proteger dos tipos de agrotóxicos. De acordo com Lima, o estado de São Paulo teve o maior número de notificações de intoxicação por agrotóxicos entre 2007 e 2014, com 12.562 notificações por 100 mil habitantes.

“Somos o país que mais consome agrotóxicos no mundo, desde 2008, mesmo que o uso dessas substâncias esteja relacionado à incidência de doenças como câncer. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os agrotóxicos causam 70 mil intoxicações agudas e crônicas anualmente, entre os países em desenvolvimento”, afirmou o deputado Marcos Martins.

 Com informações de Carta Campinas