Chega de Agrotóxicos – Uma campanha pela VIDA
Pesquisas nacionais e internacionais mostram que o uso excessivo de agrotóxicos provoca graves problemas de saúde (podendo causar a morte) e prejuízos irreparáveis ao meio-ambiente. Como se não bastasse, uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou recentemente o Projeto de Lei (PL) 6299/02, que diminui a fiscalização sobre estes produtos, permitindo um uso ainda maior de veneno na produção dos nossos alimentos. O PL agora segue para apreciação do plenário da Câmara e precisa ser barrado.
A mobilização em defesa da VIDA
Devido ao alto risco que a aprovação deste Projeto trará para a toda a sociedade, um grupo cada vez maior de pessoas se organizou em torno da campanha Chega de Agrotóxicos, para barrar o aumento do uso destes produtos, que interessa apenas aos grandes proprietários de terras. A campanha que se fundamenta no Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA), coordenado pelo deputado federal Nilto Tatto, ganhou a mídia e as redes sociais, inclusive com o apoio de artistas e personalidades.
E o que nós podemos fazer?
Além de pressionar os deputados federais para barrar este projeto, cada cidadão ou cidadã pode se informar sobre o assunto; conscientizar seus conhecidos; assinar abaixo-assinados nas ruas ou pela internet; divulgar a campanha nas suas redes sociais (como Facebook, Twitter ou Instagram, por exemplo).
E o nosso deputado, o que está fazendo?
O deputado estadual Marcos Martins tem feito reuniões em seu escritório político e na Assembleia Legislativa para discutir o tema ao lado de autoridades como o ex-prefeito de Osasco, Emídio de Souza, com a ABREA (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto); a AEIMM (Associação dos Expostos e Intoxicados por Mercúrio Metálico); especialistas e a população; faz caminhadas pelas ruas, parques, praças e feiras-livres, coletando assinaturas em um abaixo-assinado para impedir a aprovação deste projeto. Para conscientizar a população, o deputado vem produzindo e compartilhando conteúdo específico sobre o tema.
Além de apoiar o deputado federal Nilto Tatto nesta jornada, Martins é o autor de importantes leis que protegem a saúde e o meio-ambiente, como a proibição do uso do amianto, do mercúrio e da lei que combate a exposição ao benzeno. Quando vereador, Marcos Martins implementou a Agricultura Urbana em Osasco.
Os agrotóxicos fazem mal à saúde?
Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) revela que entre os anos de 2018 e 2019 surgirão, aproximadamente, 1,2 milhões casos de câncer no Brasil – destes, pelo menos 380 mil estarão diretamente ligados ao estilo de vida da população, o que inclui os hábitos alimentares.
Isso acontece em parte porque uma quantidade significativa dos alimentos que vão para a nossa mesa estão contaminados com agrotóxicos. Não são apenas os trabalhadores rurais que se contaminam com estas substâncias, mas também quem consome produtos com grandes quantidades destes tóxicos.
Apesar do câncer ser uma doença extremamente grave e fatal, não é o único problema causado pelos agrotóxicos – o consumo destes venenos pode causar também problemas neurológicos, motores e mentais; distúrbios de comportamento; problemas na produção de hormônios sexuais; infertilidade; puberdade precoce; má formação fetal; aborto; doença de Parkinson; endometriose e atrofia dos testículos.
Hoje, o Ibama fiscaliza o uso de agrotóxicos no que diz respeito às questões ambientais; a Anvisa fiscaliza os problemas de saúde e o Ministério da Agricultura as questões relativas à produção. O texto no projeto que está em Brasília quer concentrar toda a fiscalização no Ministério da Agricultura, ou seja, ignorar questões relativas à saúde e ao meio-ambiente.
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e ainda querem aumentar a quantidade de veneno na nossa comida?
É exatamente isso! Por isso, temos que barrar este projeto de lei, que ficou conhecido como PL do Veneno. Este projeto só interessa aos grandes produtores, que podem acabar prejudicando toda a nossa agricultura. Segundo informações de um estudo da Universidade São Paulo, 30% dos 504 agrotóxicos registrados no Brasil já foram banidos da União Europeia. Para piorar, apenas 27 destas 504 substâncias tem seus resíduos monitorados no fornecimento de água potável, de acordo com o pesquisador da Fiocruz, Luiz Claudio Meirelles. Ou seja, não apenas os alimentos, mas a água que ingerimos já pode estar seriamente comprometida.
Sem agrotóxicos, quais são as alternativas para produzir alimentos?
Muitos países do mundo estão priorizando a agricultura orgânica, mais saudável e livre de agrotóxicos. Estes países já não importam produtos com agrotóxicos e, se o Brasil quiser exportar para eles, terá que se adaptar. Hoje, os pequenos produtores brasileiros, especialmente assentados da Reforma Agrária e a agricultura familiar já produzem orgânicos, sendo responsáveis por boa parte dos alimentos que chegam à nossa mesa. Se este projeto for aprovado, mesmo estes pequenos produtores podem ser afetados, prejudicando toda a cadeia.