Araras entra na luta contra o Amianto
Fortalecendo a Lei Estadual 12.684, de autoria do deputado Marcos Martins, a cidade de Araras, localizada há 170 km da capital paulista, entrou na luta pelo banimento do amianto. A pedido do vereador Léo Teodoro (PT), a Câmara Municipal realizou na última sexta-feira, 13, audiência pública para discutir projeto, de autoria do vereador petista, que visa proibir o uso do mineral no município. Considerado cancerígeno, o amianto, ou asbesto, é uma fibra cancerígena utilizada como matéria-prima pelas indústrias na produção de caixas dágua, telhas, freios de carros, entre outros três mil tipos de produtos. Casos de doenças graves como câncer pulmonar, de laringe, mesotelioma, entre outros, são atribuídos ao uso e exposição ao minério. No Brasil, conforme o Inca (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 25.000 trabalhadores são expostos ao asbesto nos vários segmentos da indústria e na mineração. O setor de cimento amianto ou fibrocimento responde por 85% do amianto utilizado em 30 fábricas, contabilizando aproximadamente 8 mil trabalhadores expostos. Metade dos telhados no Brasil são de fibrocimento, por serem uma alternativa barata e prática. Para o Léo Teodoro, a legislação estadual e os entendimentos dos tribunais que proíbem o uso do amianto não estariam sendo suficientes para banir a substância, carecendo de instrumentos municipais. De acordo com ele é fundamental discutir com os comerciantes, profissionais de saúde, sindicatos e autoridades ambientais os riscos que materiais provenientes do amianto representam. É uma questão de saúde pública, completa. Para o deputado Marcos Martins, a audiência explicou à população os malefícios do amianto e esclareceu detalhes da importância da aprovação de um projeto de lei municipal no banimento do amianto e no cuidado com a vida da população de Araras. A aprovação da Lei de autoria do vereador Léo Teodoro vai de encontro à luta que travamos há mais de 13 anos para defender a saúde pública. Apesar da lei estadual 12.684 é preciso que os municípios, e Araras está neste caminho, enfrentem este mal, com leis e fiscalização, para por um ponto final neste mineral que tem ceifado a vida de milhares de trabalhadores no Brasil, justificou. Contribuíram com a audiência Elieser de Souza, presidente da entidade,a Abrea (Associação Brasileira dos Exposto ao Amianto), Fernanda Gianazi, Engenheira e Fiscal do Ministério do Trabalho e Dr. Vilton Raile, médico da Renast (Rede Nacional de Saúde do Tabalhador) e os vereadores Breno Cortella (PT) e Carlos Jacovetti (PSDC).