Protesto contra a privatização do CAISM Água Funda nesta quinta (10)
Nesta quinta-feira (10), a partir das 18h, será realizada uma nova manifestação contra a extinção do Centro de Atenção Integral em Saúde Mental (CAISM) Água Funda – David Capistrano da Costa Filho. O ato, organizado pelo Forum Popular de Saúde São Paulo (FPS-SP), que reúne trabalhadores, usuários, familiares e apoiadores da reforma psiquiátrica, acontecerá em frente ao Centro de Convenções Rebouças, onde haverá a abertura do I Simpósio de Saúde Pública, Os Desafios Contemporâneos do SUS e a Atuação do Ministério Público. De acordo com uma das representantes do Forum Popular de Saúde, Rosana Karla, o protesto tem por objetivo apresentar a pauta de reivindicações ao secretário de Saúde do Estado, Giovanni Guido Cerri. Encaminhamos dois ofícios para o secretário de Saúde e não tivemos nenhum retorno, conta Karla. Na tarde de hoje (9), uma comissão de representantes quer pautar novamente a discussão sobre o fechamento do CAISM com parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo a representante, o movimento espera definir encaminhamentos para impedir que o serviço, considerado de excelência, seja extinto. O deputado estadual Marcos Martins, presidente da Comissão de Saúde da Alesp, para quem o governo paulista tem a responsabilidade de se preocupar com a recuperação dos dependentes químicos mas sem intransigência, disse que o cuidado não pode afetar programas de saúde que são referências no país, como os realizados pelo CAISM. Para o deputado petista, “ao invés de desativar o CAISM o governo estadual tem de propor a ampliação da infraestrutura do local, manter e melhorar o trabalho do CAISM e realizar o atendimento aos dependentes químicos a partir disso. Tudo isso sob controle público e não de OSs como é defendido pelo governador”. Martins também antecipou que irá propor uma audiência pública na próxima reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa. “Vamos por em votação a proposta de uma audiência pública e convidar as partes envolvidas para debater a questão. Serviços do CAISM O CAISM David Capistrano da Costa Filho, na Água Funda reúne serviços como Centro de Assistência e Promoção Social (Caps), residência terapêutica, internação de psicóticos agudos e oferta de leitos para tratamento de dependência química. O complexo, que é referência nas zonas Sul e Leste da cidade de São Paulo em hospitalização psiquiátrica, tem uma demanda permanente pelo atendimento intermediário. Há grupo de egressos, oficinas terapêuticas, atividades físicas, tratamento intensivo e semi-intensivo, terapia ocupacional, com equipe multiprofissional para garantir a assistência médica, odontológica, clínica, de urgência, psicológica, de serviço social e apoio familiar. No entanto, o governador Geraldo Alckmin quer reorientar o atendimento, que substituiria o atendimento de urgência e de acompanhamento de pessoas com sofrimento mental, para uma mera porta de internação de dependentes de álcool e drogas. Segundo Paulo Spina, professor de Educação Física do CAISM Água Funda e uma das lideranças do Forum Popular de Saúde, não houve em nenhum momento o diálogo do governo com os trabalhadores, usuários e familiares sobre a proposta. “É um crime que está sendo cometido”, alerta. Trabalhadores e usuários temem que o CAISM Água Funda, que antes da reforma psiquiátrica funcionou como hospício, seja transformado em um centro de internação álcool e drogas “para atender as demandas de ´higienização social´, que se quer promover com a chegada dos grandes eventos”. Uma série de mobilizações estão sendo realizadas desde outubro. Mobilizações Em 26 de outubro, cerca de 200 pessoas realizaram um protesto em frente ao equipamento e fecharam por meia hora as quatro pistas da rodovia dos Imigrantes, próximo ao Jardim Botânico. Em 25 de outubro, representantes do movimento entregaram um manifesto para parlamentares e outras autoridades durante reunião da Comissão de Saúde da Alesp, denunciando o médico psiquiatra, Ronaldo Laranjeira, como o responsável pela OS para a qual o governador Geraldo Alckmin passaria a gestão do CAISM Água Funda. Recentemente, o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, integrante do Conselho Administrativo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), uma organização social (OS) responsável pela gestão de dez grandes hospitais públicos, entre outros serviços, afirmou à imprensa que 150 leitos de internação para o tratamento de alcoolismo e drogas serão instalados rapidamente na capital “no Hospital da Água Funda. Manifestação contra a privatização do CAISM Água Funda 10/11 Quinta-feira 18h Centro de Convenções Rebouças Av. Rebouças, 600 Cerqueira César São Paulo