Indústria do amianto vai à Justiça contra médico
O Instituto Brasileiro de Crisotila, que representa a indústria do amianto, componente utilizado em alguns materiais de construção e cujo uso é proibido em São Paulo, interpelou judicialmente o sanitarista Hermano Castro, tentando assim barrar, judicialmente, as pesquisas que revelam o risco para os seres humanos em caso de contato com a substância, que é cancerígena e pode matar.
Hermano Castro, autor de vários artigos sobre o uso do amianto, trabalha no ambulatório de pneumologia do Centro de Saúde do Trabalhador da Fiocruz, acompanhando pacientes que sofrem com doenças respiratórias e, mais de 20 anos atrás, foi o responsável pela notificação do primeiro caso conhecido de fibrose pulmonar crônica, que atingiu uma trabalhadora da indústria do amianto.
Banido em quase 60 países e contra-indicado até mesmo pela Organização Mundial de Saúde, para quem a fibra causa câncer, a substância utilizada em telhas e caixas d’água é, atualmente, o grande algo do sanitarista, que alerta para o perigo causado por seu uso. Isso não impediu, porém, que ele se assustasse com a força e o tamanho do lobby feito pelo setor.
Eduardo de Azeredo Costa, que preside a Fundacentro, única entidade governamental que faz pesquisas sobre a saúde dos trabalhadores, condenou a possível intimidação e explicou a Leandro Andrade que as fábricas do setor, na verdade, estão andando em sentido oposto à ciência. A luta, porém, não surpreendeu Eliezer de Souza, que preside a Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, ainda que a tese defendida pelo Instituto Brasileiro de riCsotila não tenha sustentação.
Fonte: Redação / Rádio Jovem Pan
Publicado por Gabriel Mandel