Brasil é o primeiro na lista em ganho de bem-estar da população
Entre 150 países, o Brasil é o que apresentou o maior ganho de bem-estar nos últimos cinco anos, revela pesquisa com base em 51 indicadores econômicos e sociais. Segundo o levantamento da empresa internacional de consultoria Boston Consulting Group (BCG), o País foi o que melhor utilizou o crescimento econômico, entre 2006 e 2011, para aumentar a qualidade e o padrão de vida e o bem-estar da população.
O Brasil lidera o índice com a pontuação máxima, 100 pontos. Em seguida está Angola, com 98; Albânia, com 97,9; Camboja, com 97,5; e Uruguai, com 96,9. A Argentina ficou na 26ª colocação, com 80,4 pontos. O Chile ocupa a 48º posição, e México, a 127ª.
O documento aponta o desempenho brasileiro como resultado da distribuição de renda, principalmente por meio de programas como o Bolsa Família, que contribuiu para redução da extrema pobreza pela metade na última década.
Por isso, é importante distribuir renda. A queda da extrema pobreza não se dá apenas pelo crescimento econômico. A taxa de extrema pobreza de hoje seria pelo menos um terço maior, não fosse a transferência de renda do Bolsa Família. Dependendo do intervalo de ano observado, o programa responde por 15% a 20% da redução da desigualdade, afirma o secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Luís Henrique Paiva.
No período de 2006 a 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1%. E o ganho social brasileiro, apresentado pela pesquisa da BCG, é equivalente ao de um país que tivesse registrado expansão anual de 13% da economia. Quando temos a conjunção, ou seja, o crescimento econômico moderado, aliado a um processo de distribuição de renda, é possível atingir bons resultados, porque o dinheiro não está vinculado apenas ao crescimento econômico, diz o secretário.
De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o valor aplicado no Bolsa Família produz resultados crescentes no PIB. Segundo Paiva, o programa de transferência de renda acaba tendo um custo muito baixo, de menos de 0,5% do PIB. E cada real investido gera, por meio de um efeito multiplicador, impacto no PIB brasileiro de R$ 1,44. Dessa forma, além de contribuir para a economia local, o programa é significativamente contributivo para a economia brasileira.
Crescimento inclusivo
Para quem vive na extrema pobreza, o acesso à renda é fundamental, pois permite o acesso da população a bens de consumo. Transferir renda, porém, não é suficiente e por isso o ministério conta com outros programas de assistência social, de capacitação profissional, e de acompanhamento na escola e saúde.
De acordo com o secretário nacional de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, Paulo Jannuzzi, o Brasil está sendo reconhecido pelo esforço dos últimos dez anos e os resultados da pesquisa do BCG são a prova de que o governo brasileiro está no caminho certo. O País conseguiu esse avanço com uma taxa de crescimento econômico de 5%. Isso mostra que a estratégia de crescimento inclusivo garante que, além do crescimento econômico, tenhamos avanços nos indicadores das políticas sociais.
Na avaliação de Jannuzzi, o relatório mostra que o conjunto de políticas sociais – nas áreas de educação e saúde e outras ações do governo, aliados à redução da pobreza por meio da transferência de renda e da garantia de acesso a serviços públicos à população vulnerável – traz resultados na melhoria de vida para a população como um todo.
Pesquisa
A consultoria BCG fez a pesquisa baseada em diversas fontes, como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dados dessas instituições permitiram traçar um panorama em dez áreas: renda, estabilidade econômica, emprego, distribuição de renda, sociedade civil, governança (estabilidade política, liberdade de expressão, direito de propriedade, baixo nível de corrupção, entre outros itens), educação, saúde, ambiente e infraestrutura.
Bolsa Família
O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País. O programa integra o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os 16 milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais, e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos.
A gestão do Bolsa Família é descentralizada e compartilhada entre a União, estados, Distrito Federal e municípios. Os entes federados trabalham em conjunto para aperfeiçoar, ampliar e fiscalizar a execução do Programa.
A seleção das famílias para o Bolsa Família é feita com base nas informações registradas pelo município no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, instrumento de coleta de dados que tem como objetivo identificar todas as famílias de baixa renda existentes no Brasil.
Com base nesses dados, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome seleciona, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas no Programa. No entanto, o cadastramento não implica a entrada imediata das famílias no Programa e o recebimento do benefício.