Protesto pede CPI para apurar denúncias de corrupção no Metrô de São Paulo
Um ato da bancada estadual paulista do PT, realizado ontem (18), levou deputados às ruas para exigir a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa que analise o caso de formação de cartel no Metrô e na CPTM. Os parlamentares se concentraram em frente ao edifício da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, no centro da capital. O objetivo da manifestação é obter apoio popular para pressionar a aprovação da CPI na Assembleia.
O esquema denunciado pela Siemens opera há quase 20 anos, e a verba desviada pode ter alcançado a casa de R$12 bilhões, nos cálculos dos parlamentares. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o deputado estadual Marcos Martins reforça a importância do legislativo de fiscalizar as ações do poder executivo e do estado. O presidente da CPTM esteve na Assembleia, e uma das alegações foi de que a população cresceu muito. Então, os passageiros são culpados por os trens estarem lotados e por enfrentarem panes? Nós precisamos apurar esse problema de desvio de recurso público no estado de São Paulo, afirma.
Se não há nada de errado, vamos abrir a CPI, vamos investigar, vamos trazer as pessoas para falarem, vamos quebrar sigilos bancários, vamos verificar as contas. A partir do momento que o governo impede a sua base de assinar a abertura da comissão, nos indica que, de fato, há algo errado, argumenta o deputado Marco Aurélio. Dos 94 deputados estaduais, apenas 27 assinaram o requerimento para a instalação da CPI. Para a abertura do processo seriam necessárias 32 adesões.
Os deputados petistas percorreram as ruas do centro e distribuíram folhetos informativos à população sobre o caso de corrupção no transporte público. O líder da bancada do PT, Luiz Claudio Marcolino, ressaltou que muitas vezes, a população não sabe que não há mais investimento nos trens e mais linhas de metrô, porque parte desse dinheiro pode ter sido desviada. Para ele, o acordo de leniência que a Siemens aceitou firmar, oferecendo informações sobre o esquema em troca de redução nas possíveis punições, aponta para a veracidade do desvio.