Audiência Pública reúne Cetesb e USP Leste para tratar sobre contaminação em universidade

O deputado estadual Marcos Martins (PT) participou nesta terça-feira (29/10), de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir a contaminação do solo na área aterrada em 2011 no campus leste da USP.

Para trazer ao público presente informações sobre o que está sendo feito para eliminar a possibilidade de haver explosões por acúmulo de gás metano dentro do campus, também participaram da audiência representantes da USP, da Cetesb e da empresa contratada para mapear possíveis locais contaminados no campus.

O arquiteto Rogério Bessa Gonçalves, representando a USP, elencou as diversas técnicas que a universidade tem usado, desde o começo do processo de licenciamento junto à Cetesb, por meio de diferentes empresas, entre elas o IPT, que foi contratado pela Universidade em 2006 para mapear e solucionar o problema da existência de gás.

Segundo ele, após a utilização de alguns métodos, descobriu-se uma bolha de gás apenas sob o prédio “Laranjinha”, edificação de caráter provisório levantada para abrigar refeitório, que já está funcionando em outro local. Respondendo a perguntas de parlamentares, Gonçalves disse que há 107 pontos de prospecção em todo o campus e que há apenas uma ocorrência, a já citada.

Membro da Comissão de Meio Ambiente, Marcos Martins destacou a preocupação com a destinação de resíduos no estado, e relatou sua visita aos aterros de lixo perigoso em São Paulo. “Estamos atentos à legislação sobre resíduos sólidos, e esse problema na USP Leste tem ligação direta com essa questão. Lá, assim como em muitas outras regiões de nosso estado, houve concentração de gás metano proveniente do descarte do desassoreamento do rio Tietê feito pela Cetesb, que deve esclarecer a situação de contaminação do solo da universidade”, disse o parlamentar.

Contaminação

A geóloga Aline Michele, da Servmar, atual contratada pela USP para mapear os pontos de ocorrência do gás, e também para investigar a contaminação do solo, confirmou o que o representante da USP já havia dito sobre o metano e acrescentou que há 102 pontos de sondagem no campus para investigar a questão da contaminação do solo e que, com o mapeamento, vai ser possível saber se essa contaminação existe e em qual volume.

O presidente da Cetesb, Otavio Okano, disse que o problema do licenciamento da área em que a USP Leste se encontra vem se desenrolando desde 2004, e que a atual crise foi criada pela colocação de uma placa (“famigerada placa” em suas palavras), com o logotipo da Sabesp, mas que não foi colocada pela Sabesp. Sobre os procedimentos que a Cetesb vem realizando desde o princípio, Okano passou a palavra para os técnicos que acompanham especificamente o caso da USP, porque, segundo ele, há em São Paulo mais de 4 mil áreas contaminadas e é impossível acompanhar todos.

Sistema de drenagem

A responsável pelo setor de licenciamento da Cetesb, Ana Cristina, disse que, em 2005, a USP assinou um termo de ajustamento de conduta que até hoje não cumpriu. “Por isso, sofreu algumas autuações e a área vem sendo tratada como área contaminada por outra diretoria”, esclareceu. Helton Gloeden, da diretoria que trata de áreas contaminadas, disse que a área da USP vai receber esse tratamento, de área contaminada, até que a USP faça o sistema de drenagem que foi exigido quando da assinatura da TAC.

Também falaram na audiência a representante dos professores da USP, Elizabeth Franco, e o representante dos alunos, Hernandez Silva, que externaram a preocupação de todos com as possibilidades de contaminação.

Com informações da Agência Alesp