Brasil ainda é um mega consumidor de amianto
Fortemente condenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de amianto já foi proibido em mais de 60 países, a maioria ricos, mas ainda é pratica corrente em emergentes. O Brasil é um deles.
Fortemente condenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de amianto já foi proibido em mais de 60 países, a maioria ricos, mas ainda é pratica corrente em emergentes. O Brasil é um deles.
O país está entre os cinco maiores consumidores, produtores e exportadores da fibra, que é utilizada em diversos produtos industriais, principalmente em telhas e caixas dágua.
A indústria mundial do amianto é dominada pela Rússia, que é a principal fabricante, responsável por 50 por cento da produção global.
Em seguida, aparecem China, Brasil, Cazaquistão e Índia. Os dados são de um levantamento da International Ban Asbestos Secretariat (IBAS).
Contudo, com o endurecimento de leis nacionais, a produção de amianto (na mineração) e o consumo (produtos manufaturados, por exemplo) têm caído.
Ao longo das últimas três décadas, passou de 5 milhões de toneladas por ano para cerca de 2 milhões de toneladas por ano, segundo estudo recente do Citi.
A resolução 348 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 2004, determina que produtos que têm o amianto como matéria-prima sejam descartados juntamente com resíduos perigosos em aterros especializados.
Alguns estados brasileiros já possuem ações tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) para banir o produto.
Seis já venceram. São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco criaram leis proibindo a extração, comercialização e o uso do amianto.
Se unem a eles mais de 20 municípios do país que possuem legislação específica sobre o assunto.
O amianto, que pouco a pouco está perdendo espaço no país, é a base dos produtos da empresa Eternit, maior fabricante de telhas com o mineral.
Segundo reportagem publicada por EXAME, na edição 1063, o valor de mercado da Eternit cresceu 180% nos últimos cinco anos, para 740 milhões de reais.
Mas o atual rumo da empresa pode estar com os dias contados, conforme a reportagem.
Atenta a aos riscos de proibição em mais estados, a empresa vem apostando na diversificação, para ter fontes de receita alternativas ao amianto.
Divergências sobre o futuro dos negócios da Eternit parecem estar gerando um racha no conselho de administração.
Uma assembleia de acionistas, macada para 23 de abril, deve decidir os novos rumos (ou não) da administração.