Semana contra amianto reforça luta pelo Centro Oncológico

Crédito: Assessoria/MM
Durante os dias 22 a 27 de abril, a Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), com apoio da Prefeitura de Osasco, do Cissor (Conselho Intersindical de Saúde e Seguridade Social de Osasco e Região) e do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) realizou em Osasco a Semana de Proteção contra o Amianto. A semana conta com atividades especiais para enfatizar a luta contra o mineral cancerígeno. No calçadão da Rua Antonio Agu, das 8 às 17h, representantes da Abrea realizam ato para conscientizar a população sobre os malefícios causados pela substância e, sobretudo, da importância de se substituir produtos que contenham o amianto, como telhas e caixas d’água, itens que estão diretamente ligados à vida das pessoas.
O destaque da Semana do Amianto esse ano foi o reforço e o engajamento à Campanha #ChegaDeEspera, liderada pela Abrea e pelo Grupo OncoVida, com apoio do deputado estadual Marcos Martins (PT), pela instalação imediata de um centro para tratamento do câncer em Osasco para atendimento de toda região.
A Abrea luta diariamente contra o câncer ao lado dos expostos ao amianto. Sabemos da importância de termos um centro de tratamento aqui em Osasco, onde estão boa parte dos doentes que trabalharam na Eternit. Mesmo o governo estadual tendo novamente prometido o centro, agora para julho, não podemos esmorecer e transformamos a campanha no tema principal da Semana do Amianto nesse ano, explica Eliezer João de Souza, presidente da Abrea.
O culto ecumênico que vai encerrar a campanha será nesse domingo, 27, na Praça Aquilino Alves dos Santos, em memória às vítimas do amianto, como o próprio Sr. Aquilino, que dá nome à praça, que fica na Rua Alan Kardec, na Vila Nova Osasco.
O deputado Marcos Martins, autor da Lei 12.684/2007 que proíbe o amianto em todo território estadual, estará presente nas atividades. É fundamental levar a nossa luta à população, para que ela tenha o conhecimento dos danos que o amianto traz às pessoas. Iniciativas como estas ajudam e muito a conscientizar as pessoas e ampliam a luta, fazendo com que mais cidadãos nos ajudem a levar a mensagem de que o amianto mata, comentou Marcos Martins.
Lei 12.684/2007
Protagonista da luta em favor do banimento do asbesto no Estado de São Paulo, ao lado dos trabalhadores e movimentos sociais, o deputado estadual Marcos Martins é autor da Lei 12.684/07, que proíbe o uso do amianto em São Paulo – um dos primeiros textos a vigorarem no Brasil com a finalidade de banir a substância.
Problemas causados pelo Amianto
Utilizado durante décadas como isolante, integrando diversos materiais da construção civil, o amianto pode causar problemas graves de saúde, sobretudo pulmonares, incluindo o câncer. O seu uso está banido em cerca de 66 países. Mas várias nações em desenvolvimento, entre elas o Brasil, ainda permitem o uso e adotam limites de tolerância para o produto — embora, segundo a Organização Mundial da Saúde, todas as formas de asbesto são cancerígenas para o ser humano.
Estudos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que a exposição ao material pode provocar asbestose (fibrose do pulmão), espessamento na pleura e diafragma, placas e derrames pleurais, câncer de pulmão, de laringe, do trato digestivo e de ovário e o mesotelioma, uma forma rara de tumor maligno que atinge a pleura. De acordo com especialistas, o mesotelioma é uma doença de difícil diagnóstico e, quando diagnosticada, geralmente não é relacionada ao trabalho.