Mês dos professores é marcado por protestos contra o governo do Estado
Na tarde de terça-feira, 21/10, o deputado estadual Marcos Martins acompanhou o protesto que reuniu entre 30 mil e 35 mil pessoas na capital paulista. O ato teve início na Praça da República,de onde manifestantes, pais, alunos, funcionários e professores partiram em caminhada até a Praça da Sé contra a suposta reorganização escolar anunciada pelo governo do estado.
Segundo os manifestantes, a proposta do governo, de separação das crianças e adolescentes por ciclos, seria apenas um engodo para camuflar o verdadeiro interesse econômico de enxugar a máquina e desmontar por completo a educação pública estadual. Dentre os efeitos desta política, estão o fechamento de mais de 150 escolas em todo estado; a transferência de unidade de, aproximadamente, 1 milhão de alunos; a superlotação de salas de aula; demissões de funcionários e professores, além da possível municipalização das escolas da rede pública estadual.
De acordo com parecer do Tribunal de Contas do Estado, cerca de 60% das escolas de ensino fundamental e ensino médio não contam com laboratórios de ciências; 30% das unidades de ensino médio não possuem refeitório e mais de 60% não possuem o mínimo de banheiros estipulados pelo Conselho Nacional de Educação. Diante desta situação, o Ministério Público abriu inquérito para investigar esta suposta reestruturação do ensino no Estado e a promotoria quer saber sobre os benefícios esperados pelo governo com a mudança.
Como é que o estado mais rico da federação tem uma postura autoritária como esta? Enquanto os países mais desenvolvidos socialmente estão ampliando sua infraestrutura educacional e, até por isso, fechando presídios, nós estamos trilhando o triste caminho inverso. Nos últimos anos, o governo do estado construiu mais de 50 presídios, nenhuma universidade e agora quer fechar escolas, lamentou o deputado Marcos Martins.
As manifestações seguem por todo o estado. Uma assembleia de professores está marcada para o dia 29, às 15h, no vão livre do Masp. Em seguida, deve acontecer um grande ato unificado, onde toda a comunidade escolar deve ampliar o protesto contra o plano do governo que, segundo a Apeoesp, pode afetar diretamente mais de um milhão de alunos e indiretamente toda a rede.