“Pedagiômetro” para medir “Negócio da China”

Recente matéria da revista Carta Capital (edição 562 – 9/9/2009), intitulada “Negócio da China”, registra que a cada segundo, os motoristas deixam R$ 126,00 nos postos de pedágio existentes no território do estado de São Paulo. E todos sabemos que nosso estado tem as tarifas mais caras do País. Há até quem afirme não haver no mundo tarifa mais alta que a cobrada na rodovia Castelo Branco no curto trecho São Paulo – Alphaville.

O “negócio da China” se confirma quando se faz a comparação entre o valor das tarifas de pedágios estaduais e federais. Por exemplo: enquanto um motorista paga R$ 17,60 por viagem de 1.124 Km, ida e volta entre São Paulo e Belo Horizonte pela rodovia federal Fernão Dias, num percurso menor até São José do Rio Preto por rodovia estadual, a 440 km de distância da capital paulista, desembolsa R$ 118,00 nos dois sentidos.

Desde 1997, período em que só tivemos governadores do PSDB, as praças paulistas de pedágio se multiplicaram por mais que quatro vezes, de 40 para 163. Brevemente nossos litorais Norte e Sul receberão pedágios nos complexo das rodovias que os servem. A cada mês surgem novas notícias de implantação de pedágios no estado. Na Capital já se fala em pedágio urbano.

E os caixas das concessionárias que atuam no estado de São Paulo não param de engordar. O Governador José Serra acaba de anunciar que motocicletas também pagarão pedágio. Hoje, 21,6 milhões de veículos – automóveis, ônibus e caminhões – pagam pedágio no estado. Haverá um acréscimo de 20% no número de pagantes com a inclusão de 4,2 milhões de motos.

Efeitos danosos das fugas dos pedágios são diariamente sofridos por muitos municípios em todo o estado. As fugas do Rodoanel, por exemplo, sabidamente sobrecarregam as ruas e avenidas de Osasco, Santana de Parnaíba, Barueri, Carapicuíba, Cotia, Taboão da Serra e Embu das Artes, além de outras cidades da Região Oeste da Grande São Paulo, pois parte do trânsito é transferido para dentro das malhas urbanas.

Mas não ficarei paralisado pelo cerco dos pedágios. Desde 2007 participo na Assembléia Legislativa e nas ruas, juntamente com outros parlamentares e movimentos sociais, de diversas ações que visam a enfrentar o “negócio da China”. Também o Ministério Público frequentemente questiona o Governo do Estado a respeito dos pedágios.

Por tudo isso é que apoio integralmente a atual iniciativa do PT, partido ao qual pertenço, que pretende criar um “pedagiômetro”, a fim de informar à população o total arrecadado ao longo das rodovias estaduais paulistas.