O 1° de maio e a centralidade da luta dos trabalhadores
A proximidade do Dia Internacional dos Trabalhadores celebrado mundialmente em 1° de maio, levou-me a realizar uma reflexão sobre o passado, o presente e o futuro do nosso país desde a perspectiva dos trabalhadores.
Em diversos momentos da nossa história, a tensão entre os trabalhadores e seus patrões sempre esteve presente, seja de forma aberta/explícita ou fechada/implícita. No mundo todo, temos exemplos similares. No Brasil, a situação atual da luta dos trabalhadores é o reflexo das contradições de derrotas e vitórias desse conflito histórico.
O fortalecimento do movimento sindical e da organização política dos trabalhadores, a partir da década de 80, foi fundamental para o estabelecimento da Constituição Cidadã, de 1988, e a eleição de Lula presidente, em 2002.
A partir de 2002, obtivemos outros avanços importantes. Seja em termos de princípios e direitos; seja sobre saúde e seguridade social; na valorização do trabalho ou no fortalecimento do diálogo social como método de governabilidade.
A profissionalização de jovens através de programas diversos evitou a precarização da juventude, a valorização das mulheres e negros e promoveu a igualdade de oportunidades, como no caso da nova lei dos empregados domésticos, que hoje possuem os mesmos direitos que qualquer outra categoria de trabalhadores.
Entre outras inúmeras questões, destaco a valorização do salário-mínimo, que quase dobrou de 2003 a 2015, reconhecido pela ONU como “o principal fator de redução da pobreza no país”.
Hoje, em 2016, essas conquistas pontuais estão ameaçadas por fantasmas do passado. A forte pressão liberal-conservadora e elitista coordenada pelo PMDB, de Michel Temer, Eduardo Cunha e Skaf apontam para o congelamento do salário-mínimo, a flexibilização da CLT, a ampliação da terceirização e reformas previdenciárias que afetarão duramente as novas gerações.
Por isso, nesse 1º de maio devemos deixar claro que não podemos admitir tamanho retrocesso! É preciso combater essas movimentações que ameaçam as conquistas das gerações passadas. É preciso combater o ataque sobre as políticas e programas sociais; é preciso frear as privatizações de ativos e empresas públicas, inclusive em setores estratégicos como o petróleo!
1º de maio de 2016 é um dia decisivo para enterrar de vez essas ameaças que pairam como “uma tempestade” sobre os nossos direitos conquistados.